O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu manter o acordo de delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.
Cid apresentou novas informações durante depoimento nesta quinta-feira (21), incluindo detalhes que implicam o general Braga Netto em supostas articulações golpistas. Essas revelações foram cruciais para preservar os benefícios do acordo.
Por que o acordo estava em risco?
O acordo de delação de Cid esteve ameaçado devido a contradições e omissões identificadas pela Polícia Federal (PF) em depoimentos anteriores. Apesar disso, ao ser ouvido novamente, Cid forneceu esclarecimentos considerados satisfatórios.
Os investigadores não solicitaram a anulação do acordo, e Moraes consultou a Procuradoria-Geral da República (PGR) antes de tomar uma decisão. Após o depoimento, os benefícios da colaboração foram mantidos.
Detalhes do depoimento
Cid revelou a realização de uma reunião no apartamento de Braga Netto, onde teria sido discutida uma tentativa de golpe. A PF já havia indiciado o general no mesmo inquérito que envolve outras 36 pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.
A defesa de Braga Netto declarou que aguardará acesso oficial às informações do inquérito antes de se posicionar formalmente.
Conflitos e suspeitas
O depoimento aconteceu após a PF apontar que Cid havia omitido detalhes de um suposto plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o próprio Moraes. Mensagens investigadas indicam que ele monitorou os movimentos de Moraes, justificando a ação como parte de uma estratégia eleitoral de 2022.
Histórico de prisões de Mauro Cid
Cid foi preso duas vezes em 2023. A primeira, em maio, foi relacionada a fraudes em cartões de vacinação. Ele foi solto em setembro após fechar o acordo de delação. A segunda prisão ocorreu em março de 2024, após áudios revelarem críticas a Moraes e acusações de que a PF manipulava os fatos.
Planos de golpe e novas revelações
As investigações indicam o envolvimento de militares em planos golpistas, com uso de codinomes, monitoramento estratégico e movimentações em Brasília. As revelações de Cid reforçam as apurações contra figuras de alta patente e mantêm o caso em destaque no STF.
0 Comentários