Renato Feder recusa convite para assumir o Ministério da Educação


O empresário Renato Feder, atual secretário de Educação do Paraná, usou as redes sociais neste domingo, 5, para agradecer e declinar o convite feito pelo presidente Jair Bolsonaro para que ele assumisse o cargo de ministro da Educação.
Em sua conta no Twitter, Feder afirmou que recebeu o convite na noite da última quinta-feira por meio de uma ligação do presidente, ficou honrado, mas que seguirá com sua atuação no Paraná.

Desde o anúncio da escolha, alas ligadas ao escritor Olavo de Carvalho e aos militares no governo pressionam Bolsonaro para reverter o convite feito ao secretário. Com isso, ele ficou de fora antes mesmo de ser anunciado oficialmente e é o segundo cotado da pasta que cai sem nunca ter sido ministro efetivamente.

A pasta do MEC está sem titular desde a saída de Abraham Weintraub, no último dia 18, após o governo ser pressionado a fazer um gesto de trégua ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O ex-ministro chamou integrantes da Corte de “vagabundos” em uma reunião ministerial. Bolsonaro chegou a escolher o economista Carlos Alberto Decotelli para a pasta. O governo, porém, pediu que ele deixasse o cargo após questionamentos a seu currículo.

Reação

Antes de anunciar o “não” ao convite de Bolsonaro, o secretário Renato Feder usou as redes sociais para reagir à pressão de alas ligadas ao escritor Olavo de Carvalho e aos militares no governo federal.
Pelo Twitter, o paranaense publicou uma série de mensagens neste domingo, 5, com seu currículo e se defendeu de ataques que recebeu.
Uma das respostas dadas por ele foi à suposta divulgação de livros com “ideologia de gênero” – um tema caro a bolsonaristas – no Paraná. “Não existe nenhum material com esse conteúdo aprovado ou distribuído pela Secretaria”, escreveu.
Os militares também foram surpreendidos com o convite do presidente e querem um nome ligado a eles. Dessa forma, a nomeação de Renato Feder era uma dúvida no Palácio do Planalto.
Neste domingo, 5, o paranaense escreveu no Twitter que gostaria de ser avaliado pelos índices da Educação no Paraná, e não por manifestações feitas no passado. Em 2007, Feder escreveu um livro defendendo a extinção do MEC e a privatização da rede de ensino no Brasil.
Ao Estadão, ele havia dito que não acredita mais nessa visão e, pelas redes sociais, reforçou o posicionamento mais uma vez. “Escrevi um livro quando tinha 26 anos de idade. Hoje, mais maduro e experiente, mudei de opinião sobre as ideias contidas nele.”
Na mesma sequência de mensagens, o secretário de Educação comemorou um dado incomum: a transferência de alunos de 10 mil famílias das escolas particulares para o ensino público no Paraná. A migração foi um efeito da pandemia de covid-19 e da crise econômica que se intensificou neste ano. Para o secretário porém, “não existe melhor prova do que isso de que estamos em um bom caminho.”


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