O ministro Paulo Guedes (Economia)
afirmou que o governo está preparando 4 grandes privatizações para os
próximos 3 meses. Porém, ele não disse quais as empresas devem ser
vendidas.
Em entrevista à CNN Brasil
na noite deste domingo (5.jul.2020), o ministro falou sobre a
aproximação do presidente Jair Bolsonaro com políticos do chamado Centrão.
“Houve
justamente esse questionamento: ‘Bom, agora que o presidente buscou o
centro democrático, ou o Centrão, isso agora vai exigir o aparelhamento
das estatais?’. Não. Nós vamos fazer 4 grandes privatizações nos
próximos 30, 60, 90 dias“, disse Guedes.
Ao ser perguntado se os Correios seriam privatizados, Guedes disse que “está na lista seguramente, só não vou falar quando. Eu gostaria de privatizar todas as estatais”. Para ele, “há
muito valor escondido debaixo das estatais”. “As subsidiárias da Caixa
são 1 bom exemplo. Ali, há R$ 30 bilhões, R$ 40 bilhões ou R$ 50 bilhões
em 1 IPO grande.“
Com
forte impacto na economia, a pandemia da covid-19 também foi assunto da
entrevista. Guedes disse que o Brasil vai precisar de 1 aumento da
dívida pública para assegurar a sobrevivência de empresas e ajudar
pessoas físicas durante esse período. Ele analisa que “nossa preocupação essencial, hoje, não é mais o buraco negro fiscal como até 1 ano atrás, mas sim emprego, renda e saúde”.
O
ministro explicou que trabalha com a previsão de que a pandemia perderá
força em 2 ou 3 meses, segundo projeções do Ministério da Saúde. Para
ele, o Brasil já está “saindo do buraco“.
“As
notas fiscais eletrônicas, que representam as transações entre as
empresas, cresceram 2 dígitos em maio sobre abril. E em junho já está no
nível anterior a abril. Há 1 esporte nacional de autossabotagem, quando
dizem que a gente não vai se recuperar, mas nós já estamos saindo do
buraco”, disse.
Um dos
fatores que ajudaram o Brasil, segundo Guedes, foi a continuidade das
exportações mesmo durante a pior fase da covid-19 no mundo. “O choque
externo não veio, então já precisamos rever a queda de 10% para uma
queda em torno de 6%. A China precisa de minério e proteína animal, e
para cada dólar que exportamos para os Estados Unidos, exportamos 3 para
a China. Isso nos manteve equilibrados”, afirmou.
REFORMA TRIBUTÁRIA
Paulo
Guedes prevê que a reforma tributária deve ser aprovada ainda em 2020.
Ao conversar com empresários na última 6ª feira (3.jul.2020), o ministro
já havia dito que o texto estava pronto para ser enviado ao Congresso e que esperava que a aprovação viesse em 90 dias.
À CNN Brasil, Guedes explicou que o texto propõe a tributação de dividendos: “Às
vezes 1 assalariado paga 1 Imposto de Renda alto e alguém que já é
milionário ou bilionário não paga nada sobre os dividendos”.
O
ministro falou que algumas das propostas em debate no Congresso criam o
Imposto sobre Valor Agregado (IVA) com alíquotas de até 30%. “Isso
quebra o comércio e o setor de serviços. Nossa proposta é de tributar em
11% ou 12%, mas para isso é preciso pensarmos numa tributação digital,
mas infelizmente o Congresso interditou esse debate”, disse Guedes.
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