Governo nomeia novo presidente do INSS

 


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT) nomeou nesta quarta-feira (30) o procurador federal Gilberto Waller Júnior para a presidência do INSS( Instituto Nacional do Seguro Social).

A nomeação foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União, uma semana após a deflagração da Operação Sem Desconto, que investiga esquema de descontos indevidos em benefícios previdenciários.

"Por determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra-chefe substituta da Casa Civil, Miriam Belchior, nomeou o procurador federal Gilberto Waller Júnior para o cargo", diz trecho da nota oficial do governo.

O novo presidente assume o posto em substituição a Alessandro Stefanutto, exonerado após a Polícia Federal e a CGU(Controladoria-Geral da União) identificarem um esquema que afetou cerca de seis milhões de beneficiários.

Segundo as investigações, entidades associativas descontavam mensalidades de forma irregular diretamente dos benefícios, com base em autorizações forjadas de filiação.

De acordo com a CGU, 11 entidades estão sob apuração. Entre elas, está o Sindicato Nacional dos Aposentados (Sindnapi), citado como beneficiário do esquema.

As fraudes ocorreram entre 2019 e 2024 e, conforme os cálculos apresentados pelas autoridades, resultaram em prejuízo estimado de R$ 6,3 bilhões. A operação foi deflagrada em 23 de abril de 2025.

As ações envolveram 700 policiais federais e 80 servidores da CGU, que cumpriram 211 mandados de busca e apreensão, seis mandados de prisão temporária e determinaram o bloqueio de bens avaliados em mais de R$ 1 bilhão.

Cinco servidores públicos foram afastados de suas funções e um agente da Polícia Federal é investigado por suspeita de colaboração com o grupo.

Entre as medidas anunciadas pelo governo, estão a suspensão de todos os convênios com entidades associativas e a implementação de ferramentas como biometria e assinatura eletrônica.

A CGU apontou falhas estruturais de controle interno como fator que permitiu a continuidade das irregularidades.

Segundo a pasta, "a ausência de mecanismos preventivos e de verificação favoreceu o uso indevido da base de dados dos beneficiários".

Gilberto Waller Júnior

A nomeação de Gilberto Waller Júnior representa a escolha por um servidor com trajetória em órgãos de controle. Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, Waller atua no serviço público federal desde 1998.

Foi corregedor-geral do INSS entre 2001 e 2004, subprocurador-geral da autarquia de 2007 a 2008, e ocupou cargos na Controladoria-Geral da União, entre eles o de ouvidor-geral (2016–2019) e o de corregedor-geral da União (2019–2023).

Antes de assumir o comando do INSS, Waller exercia a função de corregedor na Procuradoria-Geral Federal, órgão vinculado à AGU(Advocacia-Geral da União).

A nomeação ocorre no contexto de pressão sobre o governo federal e o Ministério da Previdência Social, liderado por Carlos Lupi(PDT-RJ).

O ex-presidente do instituto, Alessandro Stefanutto, havia sido indicado por Lupi. O ministro admitiu que a responsabilidade pela escolha foi sua, mas afirmou que Stefanutto “não foi indicado pelo PDT”.

 

 

 

 

 

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