A movimentação política em São Paulo para as eleições de 2024 já está gerando debates intensos, especialmente no que diz respeito à escolha de candidatos e alianças partidárias. Uma das figuras centrais nesse cenário é a ex-prefeita Marta Suplicy, que se encontra no epicentro de uma discussão entre setores do PT, PSOL e MDB.
Marta, que atualmente ocupa o cargo de secretária no governo de Ricardo Nunes (MDB-SP), desponta como um possível nome para compor a chapa liderada por Guilherme Boulos (PSOL-SP). No entanto, a ex-prefeita enfrenta resistência dentro do PT, partido que ajudou a fundar e do qual se afastou em 2015.
Uma ala do PT, entendendo Marta como uma peça importante para agregar forças à possível candidatura de Boulos, solicitou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que a convidasse de volta para o partido.
Contudo, Marta expressou a aliados sua preferência por apoiar a reeleição de Ricardo Nunes, enxergando em seu governo uma composição social-democrata que abrange aliados tanto de centro-direita quanto de centro-esquerda.
A ex-prefeita, que também já ocupou cargos importantes, como ministra nos governos de Lula e Dilma, destaca a importância, no atual contexto político, de líderes equilibrados capazes de construir bases sólidas com diversas visões de mundo.
Ela acredita que um governo exclusivamente de esquerda, como o que Boulos representaria, poderia gerar conflitos com a Câmara.
Inclusive, lideranças do PSOL em São Paulo não enxergam vantagens em ter Marta como vice do hoje deputado federal. Na avaliação de um grupo de psolistas, há nomes que podem agregar mais na composição da chapa. Porém, a sigla não pretende fazer imposições, porque entende que a indicação deve ser feita pelos petistas.
Embora Marta tenha manifestado sua intenção de permanecer no governo paulistano e apoiar a reeleição de Nunes, ela deixou em aberto a possibilidade de reconsiderar seus planos caso receba um convite de Lula para retornar ao PT e compor a chapa com Boulos.
A relação de Marta Suplicy com Lula é marcada por momentos de apoio, inclusive durante as eleições de 2022, quando a ex-prefeita participou de eventos ao lado do petista. No entanto, seu nome ainda enfrenta resistência dentro do PT devido à sua saída do partido em 2015 e ao voto favorável ao impeachment de Dilma Rousseff em 2016.
O desfecho dessa disputa política em São Paulo dependerá das decisões de Lula, que precisa ponderar entre atender à ala que busca a reconciliação com Marta e agradar aos que se opõem ao retorno da ex-prefeita ao PT.
A coluna procurou a assessoria da ex-prefeita Marta Suplicy para se
posicionar, mas não obteve retorno. Caso a secretária do governo Nunes
se pronuncie, a matéria será atualizada.
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