A pesquisa Datafolha divulgada nessa quinta-feira (26) aponta estabilidade nos índices de rejeição e aprovação do governo de Jair Bolsonaro (PL). A avaliação negativa de 48% oscila dentro da margem de erro da pesquisa anterior, que registrou que 46% dos entrevistados consideram a gestão de Bolsonaro ruim ou péssima.
Também se mantiveram estáveis as taxas dos que classificam o governo como regular (27%, ante 28% em março) e dos que o consideram como ótimo ou bom (25% em ambos os levantamentos). A fatia de 1% que não opinou foi idêntica.
Os resultados da pesquisa Datafolha indicam que Bolsonaro continua a ocupar o posto de presidente com a pior avaliação em igual tempo de gestão entre todos os presidentes eleitos após a redemocratização do país.
A pior taxa de avaliação negativa de Bolsonaro foi a de dezembro de 2021, quando bateu os 53%. Já a melhor se deu em dezembro de 2020, quando ficou em 37%.
Os atuais 48% são registrados em meio à crise econômica, com a disparada de preços de combustíveis e o retorno da inflação. No acumulado em 12 meses até abril, o IPCA ficou em 12,13%, maior nível desde outubro de 2003 (13,98%).
Se comparado com antigos presidentes no mesmo período de mandato, Bolsonaro fica atrás de Fernando Henrique Cardoso, que registrava 24% de reprovação a essa altura de sua primeira passagem pelo Planalto, de Lula (22%) e da petista Dilma Rousseff (26%).
No cenário eleitoral, Bolsonaro ainda tem perspectivas desfavoráveis. Na liderança da disputa está o rival Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 48% das intenções de voto. O atual chefe do Executivo segue em segundo lugar, com 27%.
Os índices de reprovação do governo Bolsonaro são proporcionais, de modo geral, à sua probabilidade de permanecer na chefia do Executivo após as eleições.
A avaliação negativa da gestão é numericamente maior entre as mulheres (51%) do que entre os homens (45%) e atinge seus patamares mais elevados entre moradores do Nordeste (55%), funcionários públicos (61%), brasileiros com ensino superior (54%) e eleitores de Lula (73%).
Por outro lado, os percentuais de entrevistados que avaliam o governo como bom ou ótimo são superiores entre segmentos como o dos evangélicos (35%) e o dos empresários (48%).
Bolsonaro também é consideravelmente 'querido' entre os que têm um padrão mais elevado de vida: entre quem tem renda familiar de cinco a dez salários, a taxa de aprovação bate 35% e salta para 45% na faixa acima dos dez salários.
Entre os que pretendem votar em Bolsonaro, como esperado, a percepção de que ele faz um governo ótimo ou bom é recorde, na casa dos 72%. Os que consideram a gestão regular são 27%, e 1% a reprova.
Auxílio Brasil
O Auxílio Brasil, recurso que se esperava certa contribuição para a aprovação de Bolsonaro, se mostrou com impacto limitado nos números eleitorais.
Entre pessoas que recebem o auxílio ou moram com beneficiários do programa, a aprovação do governo fica em 19%, abaixo da média geral. A reprovação dentro desse grupo é de 45% e a nota regular é de 34%.
Na parcela não tem acesso ao auxílio, as taxas são bem próximas ao resultado na população geral: 49% de ruim ou péssimo, 27% de ótimo ou bom e 24% de regular.
A comparação entre a última versão da pesquisa e a de março aponta uma variação na taxa de reprovação entre pessoas de 45 a 59 anos, com um salto de 43% para 50%, e na faixa dos que têm renda familiar entre dois e cinco salários mínimos, de 40% para 49%
Metodologia
O levantamento foi feito com 2.556 eleitores acima dos 16 anos em 181 cidades de todo o país, nesta quarta (25) e quinta-feira (26). A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou menos. A pesquisa foi contratada pela Folha e está registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número BR-05166/2022.
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