Queiroz diz que ‘deu satisfação’ a Flávio Bolsonaro sobre ‘rachadinhas’

O policial militar aposentado Fabrício Queiroz, ex-assessor do então deputado estadual Flávio Bolsonaro (hoje senador pelo Republicanos), disse que “deu satisfação” ao filho mais velho do presidente a respeito do caso das “rachadinhas“.

Queiroz é investigado pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) por supostamente ter comandado esquema que recolhia parte do salário de funcionários no antigo gabinete de Flávio na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio).

Em depoimento ao MPF (Ministério Público Federal), ao qual o Jornal Nacional (TV Globo) teve acesso, Queiroz afirmou que “teve 1 contato” com Flávio, em 2018, para explicar o relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) que apontava movimentações financeiras atípicas em suas contas.

Eu tive 1 contato com o senador… ele não era senador, era deputado, mas já estava eleito. Eu dei satisfação a ele do que aconteceu. Ele estava muito chateado, revoltado. Ele falou: ‘Não acredito que tu tenha feito isso. Não acredito’“, relatou Queiroz ao procurador Eduardo Benones.

Eu tava com muita vergonha“, continuou. “Eu resumi para ele e nunca mais tive contato“, concluiu.

O depoimento de Queiroz foi tomado no presídio de Bangu 8, no Rio, onde o ex-assessor preso ficou preso de 18 de junho a 10 de julho. A oitiva se deu no escopo do inquérito que apura suposto vazamento de informações da operação Furna da Onça, deflagrada em 2018 pela Polícia Federal e que levou às investigações no gabinete de Flávio.

Queiroz disse ao MPF que tinha a expectativa de trabalhar com Flávio em Brasília após a eleição do filho mais velho de Jair Bolsonaro ao Senado. “Era o certo, não é? Acho que sim. Só se eles não quisessem“, afirmou. “Com 1 ou com outro“, disse, sugerindo a possibilidade de trabalhar com o próprio presidente.

Também em depoimento ao MPF, Flávio afirmou que teria contratado Fabrício Queiroz como seu assessor no Senado se “nada de anormal tivesse acontecido“.

Na ocasião, Flávio negou que tenha sido beneficiado por suposto vazamento da operação Furna da Onça. Afirmou que exonerou Queiroz de seu gabinete na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) porque seu então assessor teria relatado que queria cuidar da saúde e fazer o processo para se aposentar da Polícia Militar.


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