Diagnosticado com covid-19, Bolsonaro mantém campanha pró-hidroxicloroquina


O presidente Jair Bolsonaro, diagnosticado com a covid-19, divulgou 1 vídeo nesta 3ª feira (7.jul.2020) em que é mostrado tomando o que afirma ser a 3ª dose da hidroxicloroquina como tratamento contra o coronavírus. No vídeo, Bolsonaro diz estar se sentindo “muito melhor que sábado” e afirma que confia na medicação.

O presidente anunciou no início da tarde desta 3ª feira que contraiu a doença. No momento do anúncio, Bolsonaro afirmou que os sintomas começaram no domingo (5.jul). Ele retirou a máscara de proteção próximo aos jornalistas que foram autorizados a acompanhar o anúncio, no Palácio da Alvorada.
Antes de tomar o comprimido, o chefe do Planalto disse que “com certeza” o tratamento “está dando certo”.
Apesar de a prescrição da cloroquina e de sua derivada hidroxicloroquina ser permitida pelo Ministério da Saúde, não há evidência científica de sua eficácia contra a covid-19.
Na 6ª feira passada (3.jul), o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Celso de Mello determinou que o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, apresente informações sobre as orientações para o uso das duas substâncias contra o coronavírus. A decisão ocorre em uma ação da CNTS (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Saúde) e da Fenafar (Federação Nacional dos Farmacêuticos).
Depois de divulgado o resultado do exame de Bolsonaro, o Planalto foi questionado sobre a segurança dos servidores da Presidência da República. O presidente não costumava seguir os protocolos sanitários recomendados pelo Ministério da Saúde, tais como o distanciamento social e o uso constante de máscara. Assim, poderia expor os demais trabalhadores ao risco de contaminação.
Em comunicado à imprensa, a Secretaria-Geral da Presidência da República da presidência afirmou que as orientações médicas estão sendo “amplamente divulgadas aos servidores“. Afirmou que o Palácio do Planalto está adotando as ações de distanciamento social, uso de máscaras, implementação do trabalho remoto para servidores do grupo de risco, a instalação de 494 dispensers com álcool gel em todas as dependências do Planalto e anexos e a intensificação de procedimentos de limpeza dos ambientes.
Acrescentou que 108 funcionários da Presidência também contraíram a doença.

Eis a íntegra da nota da Secretaria-Geral da Presidência da República:
Brasília, 07/07 – Diante dos diversos questionamentos sobre os procedimentos adotados pela Presidência da República durante a pandemia da Covid-19, informamos:
As orientações médicas relacionadas ao combate ao novo coronavírus têm sido amplamente divulgadas aos servidores da Presidência da República, por meio dos diversos canais de comunicação disponíveis. Dentre essas orientações, ressaltamos as relacionadas à higienização das mãos, uso correto de máscaras, distanciamento social, implementação do trabalho remoto (em especial, para os servidores considerados em grupo de risco) e do rodízio de funcionários, intensificação da limpeza de instalações e equipamentos etc.
Com a aquisição adicional de dispenser para álcool em gel para todas as dependências do Palácio do Planalto, seus Anexos e adjacências, para assepsia de servidores, colaboradores e visitantes, temos hoje 494 unidades estrategicamente distribuídas. Também foram intensificados os procedimentos de limpeza das áreas comuns, especialmente dos banheiros e das salas dos servidores, mediante a utilização de produtos à base de cloro e álcool, os quais contaram com o aporte de equipamentos tecnológicos de última geração, a exemplo de lavadoras sanitizadoras e secadoras especiais para carpete, que possibilitam maior aproveitamento dos insumos de higienização, bem como a redução da intervenção humana no processo de limpeza.
Não há protocolo médico, seja do Ministério da Saúde ou da OMS, que recomende medida de isolamento pelo simples contato com casos positivos. A orientação que damos aos servidores é procurar assistência médica quando apresentarem sintomas relacionados à Covid-19, para avaliar necessidade de testagem. Nos casos considerados suspeitos, os servidores são orientados a ficar em casa até o resultado do exame.
A Presidência da República está seguindo as orientações do Órgão Central do Sipec (Ministério da Economia) contidas na Instrução Normativa nº 19, de 12 de março de 2020, e alterações, no que se refere ao trabalho remoto. Nesse sentido, não há ainda previsão ou orientação de retorno dos servidores que estão em trabalho remoto para o trabalho presencial.
Até 03/07/2020, do total de quase 3.400 servidores da Presidência da República, existiam 108 casos positivos de Covid-19 (3,8%), com 77 já recuperados e 31 casos em acompanhamento. Não houve mortes e mais de 90% desses casos foram assintomáticos ou apresentaram apenas sintomas leves.
Desse modo, a Secretaria-Geral da Presidência da República ressalta que adota as medidas recomendadas ao enfrentamento do novo coronavírus, de modo a assegurar que o ambiente de trabalho na Presidência da República esteja sempre o mais seguro possível para todos os servidores.


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