O Brasil será o país com mais mortes por coronavírus?


Uma pergunta assustadora entrou na pauta desta quarta-feira depois de, ontem, o Brasil anunciar um recorde de 600 mortes por coronavírus em 24 horas no país. À medida em que aumenta o número de testes, e com as taxas de distanciamento social ainda longe das ideias, o país passará à liderança global em mortes diárias pelo coronavírus?
Ontem, o Brasil ficou atrás apenas de Estados Unidos, com 823 mortes, e Reino Unido, com 693 vítimas fatais. Os dois países, porém, estão em estágios mais avançados do contágio — nos Estados Unidos, o número de mortes diárias caiu pela metade em relação à semana passada. O Brasil, por sua vez, segue em franca escalada, com um total de 115.953 casos e 7.958 mortes confirmadas.
Segundo dados da Universidade Johns Hopkins, o Brasil já é o sétimo país com mais mortes, e nos próximos dias pode passar a Bélgica para assumir uma inglória sexta posição. Em número de casos o Brasil é o novo, logo atrás de Turquia e Rússia, dois países que adotaram amplas campanhas nacionais de testagem — a Rússia, tem 1.500 mortes confirmadas, um quinto do índice brasileiro.
Estudos calculam que o número de infectados no Brasil pode ser de sete a 15 vezes maior que os dados oficiais. Segundo um estudo publicado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da USP, o Brasil pode ter de 1,3 milhão a 2 milhões de casos, no pior cenário. Um dos pesquisadores disse ao jornal americano Wall Street Journal que os números apontam o Brasil como “epicentro global do coronavírus”.
Acoados por um aumento exponencial no número de casos, novos estados adotam medidas de isolamento total, o lockdown. Ontem, Maranhão e Ceará anunciaram medidas neste sentido nas regiões metropolitanas. O Pará, onde o número de casos triplicou na última semana, deve ser o próximo.
No Amazonas, o Ministério Público pediu bloqueio total em Manaus, e também a obrigatoriedade do uso de máscaras. Com o sistema de saúde em colapso, a cidade é uma das mais afetadas pelo coronavírus no Brasil. A Justiça deve analisar o pedido hoje. Enquanto isso, secretários estaduais de saúde vêm pressionando o governo federal por uma resposta mais unificada, e incisiva, contra a pandemia. É isso, ou seguir subindo no ranking.

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