O dólar abriu em queda frente ao real
nesta terça-feira, 7, com a percepção de que o avanço do coronavírus no
mundo tenha perdido força nos últimos dias. Com a mudança do humor no
mercado, ativos considerados de maior risco, como moedas de países
emergentes, valorizavam-se. Às 9h30, o dólar comercial caía 1,5% e era
vendido por 5,212 reais. O dólar turismo recuava 1,6%, cotado a 5,50
reais. O otimismo tem como pano de
fundo a diminuição dos novos apresentados na Europa, continente em que a
doença deixou a maior quantidade de vítimas fatais. Nos Estados Unidos,
país onde há o maior número de infectados, a percepção sobre os
possíveis estragos da doença também melhorou, após os governadores dos
estados de Nova York e Nova Jersey falarem em “achatamento da curva” de
contágio. Com maior apetite a risco, o dólar
perdia forças no mundo. O índice Dxy, que mede o desempenho da moeda
americana contra divisas dos principais parceiros comerciais dos EUA,
recuava 0,66%. A queda era puxada pelo euro, que se apreciava mais de 1%
contra o dólar, pondo fim a uma sequência de seis quedas consecutivas. Para João Manuel Freitas, diretor de
operações da Confidence Câmbio, o dólar deve se enfraquecer no mundo
conforme o coronavírus deixe de ditar os rumos dos mercados. No Brasil,
ele espera que a moeda volte a ser negociada entre 4,50 reais e 5 reais,
já projetando um cenário com corte de juros de 25 pontos bases , para
uma taxa Selic de 3,5% ao ano.
“[O dólar acima de 5 reais] está
ligado ao movimento de instabilidade no mundo. Voltando a economia, a
produção, não tem como o dólar conseguir se sustentar nesse nível”,
disse Freitas. Apesar de vislumbrar um dólar abaixo
de 5 reais quando a economia voltar ao normal, ele vê alguns obstáculos
no caminho. “O auxílio do governo ainda não chegou nas empresas. Isso
deixa elas com um ponto de interrogação muito forte. Quanto mais tempo
demorar, mais vai ser o sofrimento.” A instabilidade da política interna
também o preocupa. Segundo ele, se os ruídos sobre a saída do ministro
da Saúde, Luiz Henrique Mandetta tivessem sido confirmados, o cenário no
mercado interno seria “completamente diferente”. “Tendo em vista que foi apaziguado ontem, volta a andar [positivamente] parecido mercado internacional”, disse.
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