Bill Gates deixa o conselho e se desliga da Microsoft depois de 45 anos


Um dos maiores empreendedores e executivos da história, Bill Gates deixou nesta sexta-feira (dia 13) o conselho de administração da Microsoft, desligando-se formalmente da empresa que fundou ao lado de Paul Allen em 1975. Gates está com 64 anos.
O empresário foi o CEO da Microsoft até 2000, quando, por decisão própria, foi substituído por Steve Ballmer. Oito anos mais tarde,  deixou o cargo de executivo em tempo integral na companhia e passou a se envolver apenas como membro do conselho de administração, do qual foi o presidente (chairman) até 2014.
Nesse intervalo de 45 anos, Gates foi o líder visionário fundamental na transformação da Microsoft de uma empresa de universitários a um dos grupos de tecnologia mais valiosos e dominantes do mundo, com produtos que se tornaram best sellers em todo o planeta: é o caso dos sistemas operacionais MS-DOS e Windows, do navegador Internet Explorer e do conjunto de programas para o trabalho Office, com o Word, o Excel e o PowerPoint.
Mais tarde, já nos anos 2000, ajudou a guiar a empresa em áreas promissoras como a de videogames, com o xbox, e a fazer aquisições que diversificaram os negócios, como a do Skype e a do LinkedIn.
A Microsoft, comandada desde 2014 pelo executivo Satya Nadella — uma escolha de Gates –, voltou a ser referência na indústria de tecnologia nos últimos anos, deixando de vender apenas produtos e se tornando uma potência no crescente segmento de serviços de computação na nuvem, com a sua plataforma Azure. A Microsoft faz parte do exclusivo clube de empresas avaliadas em US$ 1 trilhão ou mais (o valor de mercado é de US$ 1,2 trilhão).
O que Gates vai fazer agora? Ele pediu para se desligar do conselho da Microsoft e da Berkshire Hathaway, a holding do também bilionário Warren Buffett, para se concentrar de vez em trabalhos filantrópicos relacionados à saúde, à educação e a mudanças climáticas globais, três dos temas que mais atraem a sua atenção.
Gates e sua esposa Melinda administram uma das maiores instituições de caridade do mundo, a Gates Foundation, que possui bilhões em ativos e financia programas globais de saúde para combater doenças e pobreza.
O empresário não terá mais nenhum envolvimento com a Microsoft? O empresário fez questão de dizer que vai manter os laços, ainda que de maneira informal. “Deixar o conselho não significa de forma alguma se afastar da companhia”, afirmou Gates.
“A Microsoft sempre será uma parte importante da minha vida profissional e eu continuarei envolvido com a Satya e a liderança técnica para ajudar a moldar a visão e a alcançar as metas ambiciosas da companhia”, completou.
Ele ainda é um dos principais acionistas da companhia, com estimado 1,36% das ações. Ele é o segundo homem mais rico do mundo, com uma fortuna estimada em US$ 102 bilhões, atrás apenas de Jeff Bezos, o fundador e CEO da Amazon, que tem US$ 111 bilhões segundo a Bloomberg.
(Com a Reuters)