Segundo a investigação dos casos, esses acidentes tiveram origem em 1 problema no software da aeronave.
Os episódios fizeram a Boeing entrar em uma crise sem precedentes, sobretudo após a FAA (Administração Federal de Aviação), agência americana de aviação civil, proibir voos com os 737 MAX pelo menos até fevereiro, à espera de melhorias na segurança do modelo.
A Boeing esperava que a aeronave pudesse voltar ao ar até o fim do ano. Mas autoridades dos EUA já deixaram claro que os aviões não devem ser certificados para retornar aos céus tão rapidamente.
Com sede em Seattle, nos estado americano de Washington, a Boeing é 1 dos maiores exportadores dos EUA. A empresa afirma que não pretende demitir funcionários que trabalham na linha de produção do 737 Max, mas a paralisação provavelmente deve afetar fornecedores.
Mesmo com os problemas com o modelo, a Boeing continuou a produzir 42 aeronaves do modelo problemático por mês. No momento, a empresa tem 400 aviões 737 Max armazenados.
“Como resultado dessa avaliação contínua, decidimos priorizar a entrega de aeronaves armazenadas e suspender temporariamente a produção no programa 737 a partir do próximo mês”, diz 1 comunicado divulgado pela empresa americana.
Os problemas no 737 Max já custaram à Boeing cerca de 9 bilhões de dólares. As ações da Boeing caíram mais de 4% nesta 2ª feira (16.dez), em meio a especulações de que a companhia aérea anunciaria uma suspensão da produção.
Em novembro, o CEO da Boeing, Dennis Muilenburg, reconheceu publicamente que, se tivesse antes toda a informação que possui agora, a empresa teria retirado de circulação os modelos 737 MAX depois do 1º acidente, o que teria evitado o 2º.
Em outubro de 2018, 1 737 MAX 8 da companhia aérea indonésia Lion Air caiu, causando a morte de 189 pessoas, incluindo todos os passageiros e a tripulação. Cinco meses depois, uma aeronave do mesmo modelo da Ethiopian Airlines se acidentou em circunstâncias similares, deixando 157 mortos.
Desde então, todos os 737 MAX 8 foram retirados de circulação, causando uma grave crise de confiança, e levou a Boeing a tentar melhorar o software do avião para receber as atualizações necessárias para continuar voando.
Muilenburg também externou durante uma entrevista organizada pelo jornal New York Times, o próprio mal-estar por não ter mantido o modelo em terra após a 1ª queda e disse que a empresa tomará decisões melhores no futuro. “Se soubéssemos de tudo desde aquela época, teríamos aterrissado os aviões depois do 1º acidente”, destacou.
No início de dezembro, a companhia aérea norte-americana United Airlines anunciou que encomendou 50 aeronaves A321 XLR da fabricante europeia Airbus pelo valor de 6,5 bilhões de dólares, substituindo encomendas prévias do 737 Max da Boeing.
Os aviões, que serão entregues a partir de 2024, substituem a frota envelhecida de Boeing 757-200, especificou o grupo.
Atualmente, a Boeing não possui aviões novos para competir com a Airbus no segmento de mercado intermediário –entre o médio e longo curso– ocupado pelo A321 XLR.
JPS/efe/ots