O Copom ( Comitê de Política Monetária ) do Banco Central aumentou, nesta quarta-feira (6), sua taxa básica de juros , a Selic , em 0,50 ponto percentual, elevando o percentual para 11,25%. A decisão foi influenciada pela vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos .
Segundo o Copom, "o ambiente externo permanece desafiador, em função, principalmente, da conjuntura econômica incerta nos Estados Unidos, o que suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed".
O Comitê avalia o cenário externo, que também é marcado por menor sincronia nos ciclos de política monetária entre os países, segue exigindo cautela por parte de países emergentes.
A intenção é ampliar as expectativas de juros mais altos para conter a inflação. Incertezas do mercado brasileiro têm ajudado a levar investidores a adotar uma postura mais cautelosa.
As expectativas de inflação para 2024 e 2025 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 4,6% e 4,0%, respectivamente. A projeção de inflação do Copom para o segundo trimestre de 2026, atual horizonte relevante de política monetária, situa-se em 3,6% no cenário de referência.
Especialistas consideram que os valores divulgados desta quarta-feira são consequência da pressão inflacionária, uma economia aquecida com mercado de trabalho e boa previsão do PIB, câmbio alto, e questões relacionadas ao fiscal que até o momento não há nenhuma previsão concreta de medidas reais por parte do governo
“Isso tudo demonstrará que o COPOM permanece tendo como prioridade o combate à inflação, o que consequentemente traria credibilidade ao Brasil. Essa conjuntura, no Brasil, pode exigir ajustes nas políticas monetárias e mudanças no controle de inflação, impactando o custo do crédito, o consumo e o crescimento econômico”, analisa Sidney Lima, Analista CNPI da Ouro Preto Investimentos.
Já no cenário global, um dólar forte
pode reduzir o ritmo de crescimento das economias emergentes, afetando o
comércio internacional e a demanda por commodities, com reflexos
diretos no Brasil, dada sua dependência de exportações de produtos
básicos.
Além disso, o contexto fiscal incerto exige uma postura mais complexa. cautelosa do Copom para estimular a compensação de sua política. Esse movimento ajuda a conter uma possível toxicidade nos preços, mas também deve frear o ritmo de recuperação do consumo a curto prazo.
Sobre a política fiscal do Brasil, o Comitê assinalou que está mantendo "a atenção nos desenvolvimentos recentes da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros. A percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal tem afetado, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco e a taxa de câmbio. O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida, com a apresentação e execução de medidas estruturais para o orçamento fiscal, contribuirá para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária".
Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Roberto de Oliveira Campos Neto (presidente), Ailton de Aquino Santos, Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Gabriel Muricca Galípolo, Otávio Ribeiro Damaso, Paulo Picchetti, Renato Dias de Brito Gomes e Rodrigo Alves Teixeira.
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