"COP29: Financiamento de US$ 300 bilhões enfrenta críticas de países em desenvolvimento"

 


Após atrasos e impasses, COP29 define financiamento climático de US$ 300 bilhões, mas enfrenta críticas de países em desenvolvimento

Depois de dias de negociações acaloradas, a COP29, conferência climática da ONU, chegou a um acordo financeiro preliminar no sábado (23). Realizada em Baku, Azerbaijão, a cúpula estabeleceu um compromisso de US$ 300 bilhões anuais para apoiar ações climáticas em países em desenvolvimento.

Apelidada de "COP das finanças", a conferência enfrentou pressões significativas de nações em desenvolvimento, que inicialmente solicitaram um aporte de US$ 1,3 trilhão por parte de países ricos para financiar medidas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas. O valor acordado, contudo, ficou bem abaixo do esperado.

Críticas e impasses

Embora o valor final represente um aumento em relação à proposta inicial de US$ 250 bilhões, o acordo foi recebido com insatisfação por diversas nações. Mohamed Adow, diretor do think tank Power Shift Africa, descreveu o resultado como "um desastre para o mundo em desenvolvimento" e uma "traição" ao planeta e às comunidades mais vulneráveis.

Outras reações incluíram:

  • Índia: rejeitou abertamente o acordo e hesitou em assinar.
  • Bolívia: classificou o documento como um reflexo da "injustiça climática".
  • Samoa (representando pequenos Estados insulares): lamentou que suas vozes não foram ouvidas nas negociações.

O contexto do financiamento climático

O financiamento climático é um compromisso assumido no Acordo de Paris, no qual países desenvolvidos prometeram apoiar financeiramente nações em desenvolvimento a partir de 2020. Contudo, metas anteriores não foram cumpridas, alimentando tensões que culminaram na COP29.

Segundo Natalie Unterstell, presidente do Instituto Talanoa, sem um acordo financeiro concreto após 2025, os avanços do Acordo de Paris estarão em risco. "Os países em desenvolvimento precisam de apoio financeiro essencial, e a falta de clareza compromete os esforços globais", afirmou.

Especialistas destacam que o volume necessário para enfrentar os impactos climáticos e reverter danos já causados supera os trilhões de dólares. Essa discrepância explica a frustração generalizada com o valor acordado na conferência.

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