Maduro rompe combinado e crise entre Brasil e Venezuela aumenta

 


Na sexta-feira (6), embaixadores e diplomatas brasileiros foram convocados de forma emergencial para uma reunião no Itamaraty: o governo Lula (PT) havia recebido um alerta de que a embaixada em Caracas, aquela que era da Argentina, estava cercada e sem eletricidade. Pouco tempos depois, os venezuelanos quebraram o acordo e tiraram a responsabilidade do Brasil pelo local.

A ação, abre um dos maiores impasses diplomáticos da região. De acordo com agências de notícias, o governo brasileiro pediu à Venezuela para que a embaixada não fosse invadida.

O governo venezuelano prometeu não entrar no local, mas o corte da energia e a possibilidade da invasão acenderam uma luz vermelha dentro do Palácio do Planalto. Afinal, até onde Maduro vai cumprir o que prometeu?

Vale lembrar que logo que ganhou a eleição, o governo Maduro expulsou os argentinos da embaixada de Caracas. A medida foi uma resposta ao governo de Javier Milei de não reconhecer a suposta vitória do venezuelano.

Com objetivo de evitar uma ruptura ainda maior, o Brasil passou a assumir os interesses da Argentina em Caracas, inclusive da estrutura da embaixada.

Em um comunicado, o governo da Venezuela disse: "tomou a decisão de revogar, com efeitos imediatos, a aprovação concedida ao Brasil para representar os interesses da República Argentina e dos seus nacionais em território venezuelano, bem como a custódia das instalações da missão diplomática Brasil para exercer a representação dos interesses da República Argentina e dos seus nacionais em território venezuelano, bem como a custódia das instalações da missão diplomática, incluindo os seus bens e arquivos, conforme anunciado no comunicado conjunto de 5 de agosto de 2024".

"A Venezuela vê-se obrigada a tomar esta decisão devido às provas da utilização das instalações desta missão diplomática para o planejamento de atividades terroristas e tentativas de assassinato contra o Presidente Constitucional da República Bolivariana da Venezuela, Nicolás Maduro Moros, e contra a Vice-Presidente Executiva, Delcy Rodriguez Gómez, por parte de fugitivos da justiça venezuelana que permanecem no interior da missão".

Em comunicado emitido hoje, o governo brasileiro afirmou:

"De acordo com o que estabelecem as Convenções de Viena sobre Relações Diplomáticas e sobre Relações Consulares, o Brasil permanecerá com a custódia e a defesa dos interesses argentinos até que o governo argentino indique outro Estado aceitável para o governo venezuelano para exercer as referidas funções", explicou.

O governo brasileiro ainda disse que "a inviolabilidade das instalações da missão diplomática argentina, que atualmente abrigam seis asilados venezuelanos além de bens e arquivos".

Vale dizer que o Brasil não reconhece nem rejeita o resultado da eleição. A postura do país tem sido a de exigir a apresentação das atas eleitorais — espécie de boletim das urnas —, o que ainda não foi feito pelas autoridades venezuelanas.

Para o Comando Nacional de Campanha da oposição venezuelana, seis membros do grupo estão asilados dentro da embaixada. O regime de Maduro tem interesse nos integrantes.

 

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