O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi indiciado nesta quinta-feira (4) por peculato (apropriação de bens públicos), associação criminosa e lavagem de dinheiro no inquérito das joias. A Polícia Federal encaminhou o relatório detalhado ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, relator do caso.
Segundo as investigações da PF, Bolsonaro recebeu as joias de líderes sauditas durante seu mandato e começou a negociá-las nos Estados Unidos a partir de junho de 2022.
Próximos passos:
Com o indiciamento em mãos, o ministro Alexandre de Moraes deverá enviar o documento com provas dos crimes à Procuradoria-Geral da República (PGR) nos próximos dias.
A PGR avaliará todas as provas colhidas, decidindo se o material é suficiente ou não para denunciar Bolsonaro.
Nesta etapa, a PGR pode optar por denunciar o indiciado, pedir o arquivamento do caso ou solicitar mais investigações à PF.
Caso decida pela denúncia, a Procuradoria poderá alterar a lista de crimes atribuídos ao indiciado, permitindo que Bolsonaro responda por mais ou menos crimes.
Por fim, em caso de denúncia, o STF determinará se o indiciado se tornará réu ou se o caso será arquivado.
Vale lembrar que outros 11 aliados do ex-presidente também estão na mesma situação no caso das joias. Veja os outros indiciados:
- Bento Albuquerque
- José Roberto Bueno Júnior
- Julio Cesar Vieira Gomes
- Marcelo da Silva Vieira
- Marcos André dos Santos Soeiro
- Mauro Cesar Barbosa Cid
- Fabio Wajngarten
- Frederick Wassef
- Marcelo Costa Câmara
- Mauro Cesar Lourena Cid
- Osmar Crivelatti
Caso das joias:
Durante uma viagem em outubro de 2021 do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, à Arábia Saudita, o governo Bolsonaro recebeu itens luxuosos da marca suíça Chopard, incluindo uma caneta, um anel, um par de abotoaduras, um rosário islâmico conhecido como "masbaha" e um relógio.
Segundo a Polícia Federal, esses objetos de alto valor foram deliberadamente omitidos dos registros públicos e posteriormente vendidos, visando beneficiar o ex-presidente. O ministro Alexandre de Moraes autorizou a quebra do sigilo fiscal e bancário de Bolsonaro e sua esposa, Michelle Bolsonaro.
As investigações mostram que Bolsonaro e seus aliados levaram para fora do país, no avião presidencial, pelo menos mais quatro conjuntos de bens recebidos pelo ex-presidente em viagens internacionais enquanto chefe de Estado.
Descobriu-se também que Bolsonaro e colaboradores tentaram vender os itens nos Estados Unidos, transportando as joias no avião presidencial em 30 de dezembro, quando Bolsonaro deixou Brasília rumo a Orlando.
Para a Polícia Federal, Bolsonaro se aproveitou da estrutura do governo federal para desviar presentes de alto valor dados a ele por autoridades estrangeiras.
0 Comentários