A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) pediu nesta quinta-feira (18) a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no Congresso para investigar o suposto "abuso de autoridade" do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A declaração ocorreu após a Polícia Federal realizar uma operação que teve o deputado Carlos Jordy (PL-RJ) como alvo de busca e apreensão.
O objetivo da investigação é identificar pessoas envolvidas nos atos golpistas de 8 de janeiro.
Contra Jordy, a PF cumpriu mandados de buscas expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no gabinete do parlamentar na Câmara dos Deputados e em um endereço ligado a ele no interior do Rio de Janeiro.
Segundo Zambelli, ela enviou seis pedidos de impeachments para os ministros do STF, mas foram negados pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
"O Senado, por meio de seu presidente Rodrigo Pacheco, se omite e causa dano irreparável ao país, quando deixa de apreciar e pautar pedidos de impeachment que versam sobre o abuso de autoridade de ministros do nosso Supremo Tribunal (somente eu já apresentei 6) e votar pautas e projetos importantes para combater essa ditadura que se transformou o nosso país, descumprindo sua função constitucional", afirmou a deputada.
Para a parlamentar, a operação contra Jordy mostra o "abuso de poder" do Judiciário ao expedir buscas e apreensões "em casas de pessoas honestas, pelo fato de serem oposicionistas a esse desgoverno".
"A Justiça no Brasil tem lado, não usa vendas e o fiel da sua balança está em flagrante desequilíbrio", disse Zambelli.
Ainda na quinta-feira, Jordy prestou depoimento após ser alvo da 24ª fase da Operação Lesa Pátria.
Aos jornalistas, Jordy atacou a investigação e negou ter envolvimento com os atos antidemocráticos. Ele ainda afirmou não ter tido acesso aos autos dos processos que envolvem os ataques de 8 de janeiro.
"Nunca incentivei, nunca financiei, não tenho relação alguma com o 8 de janeiro, não tenho relação alguma com ninguém dessas pessoas foram para os quartéis generais. Eles falam que há mensagens minhas com pessoas, que eu seria um mentor, um articulador do 8 de janeiro e de estradas. Mentira, mentira. Eu nunca tive acesso a nenhum desses autos [de processos]".
A suspeita da PF é a de que Jordy tenha orientado organizadores dos atos antidemocráticos
por mensagens. Em mensagens interceptadas pelos investigadores, o
parlamentar conversa com Carlos Victor de Carvalho, apontado pela PF
como um dos organizadores de acampamentos golpistas no Rio de Janeiro.
Carvalho chama Jordy de "meu líder" e pede um direcionamento.
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