A polêmica em torno da fala xenofóbica do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) , continua fazendo muito barulho no meio político. Eduardo Leite, atual governador do Rio Grande do Sul e presidente nacional do PSDB, faz parte do Cosud e, assim como Zema, publicou um vídeo nas redes sociais alegando que “teremos todos mais fortes quanto mais formos um só Brasil”.
“A gente nunca achou, até hoje, que os estados do Norte e do Nordeste haviam se unido contra os demais estados do país. Pelo contrário, união desses estados em torno da pauta que é de interesse comum deles serviu de inspiração para que a gente possa, finalmente, fazer o mesmo. Não tem nada a ver com estado contra estado, região contra região”.
“A gente nunca achou, até hoje, que os estados do Norte e do Nordeste haviam se unido contra os demais estados do país. Pelo contrário, união desses estados em torno da pauta que é de interesse comum deles serviu de inspiração para que a gente possa, finalmente, fazer o mesmo. Não tem nada a ver com estado contra estado, região contra região”.
A governadora de Pernambuco e vice-presidente do PSDB, Raquel Lyra, se pronunciou por meio das redes sociais afirmando que “o Nordeste é parte da solução do País e deve receber atenção nas discussões federativas por tanto tempo de descaso e indiferença”.
“Na discussão da Reforma Tributária, o Senado terá voz ativa para melhorar questões como o Fundo de Desenvolvimento Regional, por exemplo. Se está sendo criado para diminuir as divergências regionais, precisa dar mais a quem tem menos. Ao contrário, não faria sentido existir”, disse Raquel que, vale ressaltar, é do mesmo grupo político que Zema e Leite.
Quem também se pronunciou foi o ministro da Justiça e ex-governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), que considera “absurdo que a extrema-direita esteja fomentando divisões regionais”.
“Precisamos do Brasil unido e forte. Está na Constituição, no art 19, que é proibido ‘criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si’. Traidor da Constituição é traidor da Pátria, disse Ulysses Guimarães”, escreveu Dino.
Entenda o caso
Ao afirmar que as regiões sul e sudeste lutarão contra o suposto protagonismo político das regiões norte e nordeste através do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud) - que ele comparou a “vaquinhas magras que produzem pouco” - Romeu Zema conseguiu ser criticado não somente por seus adversários, mas também por aliados.
“Então Sul e Sudeste vão continuar com a arrecadação muito maior do que recebem de volta? Isso não pode ser intensificado, ano a ano, década a década. Se não você vai cair naquela história, do produtor rural que começa só a dar um tratamento bom para as vaquinhas que produzem pouco e deixa de lado as que estão produzindo muito. Daqui a pouco as que produzem muito vão começar a reclamar o mesmo tratamento. É preciso tratar a todos da mesma forma”, disse o governador.
O objetivo do Consórcio Sul-Sudeste (Cosud) é integrar os estados do sul e sudeste do país politicamente, coordenando a atuação política em um bloco organizado que busca angariar recursos e apoio para temas importantes para a região.
Zema, no entanto, deu um ar de competição e disputa política ao órgão ao afirmar que no sul e sudeste “temos 256 deputados – metade da Câmara – 70% da economia e 56% da população do País".
"Não é pouco, nê? Já decidimos que, além do protagonismo econômico que temos nós queremos - que é o que nunca tivemos - que é protagonismo político. As decisões têm que escutar ambos os lados e o Cosud vai fazer esse papel porque ninguém pode ignorar o peso de expressivo de 256 deputados na Câmara.”
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