O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto,
será convidado a prestar esclarecimentos sobre a taxa básica de juros da
economia brasileira, a Selic, diante da Comissão de Assuntos Econômicos
(CAE) do Senado.
Nesta terça-feira (27), a CAE aprovou requerimento do líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), para chamar Campos Neto a depor. A comissão ainda não marcou data para a audiência.
Inicialmente, Randolfe propôs a convocação do presidente do BC mas, após acordo na CAE, o requerimento aprovado foi para um convite. Isso significa que Campos Neto não é obrigado a comparecer ao Senado.
"O choque com a decisão do Copom é de fácil compreensão. O Brasil passa por um claro processo de redução da inflação. O IPCA dos últimos meses tem sido reiteradamente abaixo das expectativas, e desacelerou para apenas 0,23% em maio. A projeção de IPCA para 2023 do Relatório Focus — que o Banco Central afirma tanto levar em conta em suas decisões — caiu de mais de 6% para pouco mais de 5% nas últimas semanas. Já a prévia do IGP-M trouxe a maior deflação da história: 6,7% negativo no acumulado em 12 meses. E, talvez ainda mais importante, as expectativas de inflação para 2024 estão dentro do intervalo de flutuação da meta", argumentou Randolfe.
Em abril, o presidente do BC foi ao Senado após convite da CAE. Na ocasião, ele respondeu a questionamentos dos senadores sobre a Selic
, e defendeu, sobretudo, a autonomia do Banco Central.
Na última semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC decidiu manter a Selic em 13,75% ao ano, patamar em que se encontra desde agosto do ano passado. Nesta terça-feira, o colegiado divulgou ata que indica que o corte dos juros pode começar em agosto.
Em entrevista a jornalistas após o lançamento do Plano Safra no Palácio do Planalto, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse que Campos Neto deveria ser convocado pelo Senado
se os juros não caírem na próxima reunião do Copom, marcada para agosto.
"Eu me despindo por dois minutos da minha função de ministra e voltando ao momento em que fui senadora, eu, num caso desse, convocaria o presidente do BC. Mas não acredito que vai ser necessário", declarou.
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