Lideranças indígenas rechaçam falas de Bolsonaro sobre desaparecimento

 


Caciques e lideranças indígenas de cinco etnias que habitam o Vale do Javari fizeram, neste sábado, um encontro na sede da Univaja para rechaçar os comentários do presidente Jair Bolsonaro sobre o desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips . No encontro, eles criticaram também a falta de apoio da presidência da Funai e realizaram uma homenagem a Bruno, a quem consideram como um “branco irmão”.

A reunião, que contou com a presença dos principais líderes das etnias Marubo, Matís, Mayoruna, Kanamari e Kulina, serviu para convocar todos os parentes a se empenharem nas buscas por Bruno e Dom, além de traçar as próximas estratégias para manter a equipe de vigilância da Univaja (EVU) em atividade.

“Bolsonaro fala que Bruno e seu colega estavam em uma “aventura”. Isso é uma coisa muito feia. Quem conhece o Bruno aqui sabe da importância que ele tem para nós e o quanto nos ajudou até agora”, disse uma das lideranças.

No encontro, eles citaram o nome do traficante “Colômbia”, apontado em investigações da Polícia Federal de envolvimento no desaparecimento de Bruno e Dom, conforme revelou O GLOBO neste sábado.

“Nós sabemos que o Colômbia está por trás disso e que ele é o dono de todo o esquema de tráfico, pesca ilegal e de violência em toda essa região. Não podemos mais ter medo de falar que é ele o responsável por tudo isso. Chega”, afirmou um dos caciques.

As lideranças indígenas afirmaram que a violência no Vale do Javari aumentou muito a partir das invasões de pescadores e garimpeiros ilegais e que agora é uma questão de “coragem” para que eles mantenham a luta de Bruno para proteger o território onde há a maior concentração de povos indígenas do Brasil.

Ao final da reunião, foi feita uma convocação geral para fazer uma passeata pelas ruas de Atalaia do Norte, que deverá acontecer na segunda-feira.

 

 

 

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