Ministro de Minas e Energia diz que crise hídrica está mais grave que o esperado

 


Em rede nacional de rádio e televisão, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse nesta terça-feira que a crise hídrica se agravou e fez um apelo para um “esforço inadiável” de redução do consumo de energia elétrica.

"Hoje, eu me dirijo novamente a todos para informar que a nossa condição hidroenergética se agravou. O período de chuvas na região Sul foi pior que o esperado. Como consequência, os níveis dos reservatórios de nossas usinas hidrelétricas das regiões Sudeste e Centro Oeste sofreram redução maior do que a prevista", disse o ministro, lembrando que fez outro pronunciamento em cadeia nacional há dois meses.

E acrescentou:

"Esta perda de geração hidrelétrica equivale a todo o consumo de energia de uma grande cidade como, por exemplo, o Rio de Janeiro, por cerca de 5 meses."

Ele afirmou que para enfrentar essa situação excepcional e garantir o fornecimento de energia, o governo está utilizando “todos os recursos disponíveis e tomando medidas extraordinárias”.

"Com pouca água nos reservatórios das hidrelétricas, tivemos que aumentar, significativamente, a geração de energia nas nossas termelétricas e estamos importando energia de países vizinhos."

O ministro afirmou que, como todos os recursos mais baratos já estavam sendo utilizados, esta eletricidade adicional proveniente de geração termelétrica e de importação de energia custará mais caro.

"Além disso, para aumentarmos nossa segurança energética e afastarmos o risco de falta de energia no horário de maior consumo, é fundamental que a administração pública, em todas as suas esferas, e cada cidadão-consumidor, nas residências e nos setores do comércio, de serviços e da indústria, participemos de um esforço inadiável de redução do consumo", disse.

O ministro pediu empenho de todos:

"O empenho de todos nesse processo é fundamental para que possamos atravessar, com segurança, o grave momento energético que nos afeta, para atenuar os impactos no dia a dia da população e também para diminuir o custo da energia."

O pronunciamento foi feito no mesmo dia em que o governo anunciou a criação de uma nova bandeira tarifária, com valores ainda maiores que a bandeira vermelha 2, que pesa sobre as contas de energia. Chamada de “Escassez Hídrica”, a nova bandeira custará R$ 14,20 a cada 100 quilowatt-hora (kWh), o que representa um reajuste de 50% na comparação com a bandeira vermelha 2 (que custa R$ 9,49).

O Ministério de Minas e Energia (MME) também anunciou um programa para incentivar a redução voluntária de consumo de eletricidade para os clientes residenciais e os pequenos comércios (que são atendidos por distribuidoras de energia) por meio de descontos nas contas. O pagamento desse bônus só será feito na fatura de janeiro de 2022.

"Necessitaremos recuperar nossos reservatórios. Isso vai levar tempo, pois dependemos, além do empenho de todos nós, também, das chuvas. É por isso que, nesse momento de escassez, precisamos, mais do que nunca, usar nossa água e nossa energia de forma consciente e responsável", afirmou.

O ministro completou:

"Com esse esforço, aliado ao conjunto de medidas que o governo federal vem adotando, seremos capazes de enfrentar essa conjuntura desafiadora. Uma conjuntura que será tão mais favorável quanto mais rápida, intensa e abrangente for a mobilização da sociedade para enfrentá-la."

O ministro pediu a eliminação de "todo o desperdício no consumo de energia", desligando luzes e aparelhos que não estão em uso, aproveitando mais a luz natural, reduzindo a utilização de equipamentos que consomem muita energia como chuveiros elétricos, condicionadores de ar e ferros de passar.

"E o mais importante: dando preferência para o uso desses equipamentos durante o período da manhã e nos finais de semana. Os consumidores que aderirem a este chamado e economizarem energia, serão recompensados e poderão ter redução na sua conta de luz", disse.

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