"Guiando-se pela aversão de Jair Bolsonaro à ciência, o ministro da Saúde se absteve de antecipar a compra de vacinas na quantidade necessária", diz Josias de Souza em coluna no UOL. Segundo a publicação, um executivo da pasta da Saúde informou que o presidente não admite ser ofuscado por governadores e prefeitos e mandou Pazuello, chefe da Saúde, centralizar as negociações pela compra de imunizantes.
"Agora, por ordem do presidente, corre para evitar que estados e municípios comprem as vacinas que a União negligenciou", diz trecho do texto.
O executivo da Saúde informou que Bolsonaro foi taxativo na orientação que deu a Pazuello: não admite que consórcio de prefeitos ou aliança de governadores substituam o governo federal na negociação com os fabricantes de vacinas. Até porque fariam "gentileza com chapéu alheio", diz Bolsonaro em privado. "Eles compram, mas quem paga sou eu", acrescenta, "como se o Tesouro Nacional fosse o seu bolso."
Nesta semana, o presidente já reagiu publicamente de forma dura
contra a pressão pela corrida da vacina. Colocado na parede por
governadores, Bolsonaro respondeu com "Só se for na casa da tua mãe! Não tem para vender no mundo"
à cobrança para que o governo compre mais vacinas e acelere o processo de imunização nacional.
Em meio à pressão e a lentidão do governo federal, a previsão de chegada de doses vem caindo, enquanto os casos e mortes se acumulam, com recordes desde o início da pandemia na última semana .
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