Um estudo feito por pesquisadores da Fiocruz
mostrou que os adultos infectados pela variante brasileira P.1
do coronavírus, identificada primeiro no Amazonas, têm uma carga viral
dez vezes maior do que adultos infectados por outras "versões" do
vírus.
"Se a pessoa tem mais carga viral nas vias aéreas superiores, a
tendência é que ela vai estar expelindo mais vírus – e, se ela está
expelindo mais vírus, a chance de uma pessoa se infectar próxima a ela é
maior", explicou Felipe Naveca, pesquisador da Fiocruz Amazonas e líder
do estudo.
De acordo com a Fiocruz, os pesquisadores analisaram 250 códigos genéticos do coronavírus durante quase um ano.
Eles
perceberam que essa maior quantidade de vírus não acontecia,
entretanto, nos homens idosos (acima de 59 anos). Uma possível
explicação para isso é que a resposta imune de homens idosos tende a não
ser tão eficiente de forma geral.
"Em homens mais velhos, a resposta imune já não consegue responder tão
eficientemente, e aí não teve diferença sendo P.1 ou o outro [vírus]",
aponta Felipe Naveca.
Naveca afirma, entretanto, que não há relação entre quantidade de vírus no corpo e gravidade da doença ou, até mesmo, presença deles. "Carga viral não está relacionada com gravidade – a gente tem pacientes com alta carga viral e sintomas muito leves ou até sem sintomas", diz o pesquisador.
0 Comentários