O contágio por Covid-19 no estado de São Paulo está maior no mês de dezembro do que no primeiro pico da pandemia. "Do ponto de vista médico, cada um de nós tem observado um número crescente de pessoas com Covid ao seu redor. Então, a chance de contágio é muito maior do que quando teve o primeiro pico", disse José Medina, coordenador do centro de contingência da Covid-19.
A afirmação de Medina foi feita em coletiva
de imprensa, realizada no Instituto Butantan, nesta quinta-feira (10).
Ainda de acordo com o médico, as pessoas devem trocas "boas festas" por
"fique em casa".
"Então isso requer um cuidado muito grande no mês de dezembro. Primeiro
nós temos que retomar a questão do fique em casa e aquela saudação que
nós fazemos normalmente “boas festas”, nós temos que abolir, nós temos
que trocar 'boas festas' por 'fique em casa'. Temos que utilizar aquele
feliz natal, feliz ano novo como nós utilizávamos no passado, sem muita
festa, sem troca de presente e sem aglomeração de pessoas", acrescentou o
coordenador do centro de contingência da Covid-19.
Aumento de casos nos meses de novembro e dezembro
Medina chamou atenção para a média de novos casos da doença, que cresceu
de 20 para 40 mil casos entre novembro e dezembro no Brasil, o mesmo
crescimento levou três meses para acontecer no pico da pandemia.
"Se nós observarmos a curva de crescimento no número de casos no Brasil
para chegar de 20 a 40 mil, dobrar o número de casos no Brasil, isso
demorou quase três meses, nesse segundo pico que começou a acontecer em
novembro até dezembro demorou um mês para chegar de 20 a 40 mil casos",
disse Medina.
O coordenador do centro de contingência atribuiu o crescimento mais rápido no último mês a um maior número de infectantes.
"Então, o crescimento desse segundo pico é muito mais acentuado porque a base de infectantes é muito maior. Todos nós lembramos que no começo tenha uma região que tinha um determinado número de casos, enquanto outros estados, outras regiões do estado de São Paulo não tinha nem um caso. Hoje todas as cidades brasileiras tem pelo menos um paciente, tem muito mais do que um paciente que tá contagiado e que é um paciente infectante", complementou Medina.
Para o secretário estadual da Saúde, Jean
Gorinchteyn, o aumento da média móvel de mortes, de internações e de
casos no Brasil mostra que a pandemia não acabou. "O Brasil contabiliza
hoje 6 milhões 728 mil 452 casos, já com 178 mil 995 casos, mostrando
que infelizmente nós ainda estamos vivenciando uma pandemia e uma
pandemia que tem mostrado nos últimos dias, nas ultimas 3 semanas um
aumento da média móvel de mortes, de internações e de casos. Portanto
não só nós não estamos no final da pandemia, mas temos que estar
vigilantes com a velocidade da instalação de novos casos e mortes e
internações", afirmou Gorinchteyn.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), confirmou que
está preocupado com a situação atual da pandemia e informou que mais
detalhes serão apresentados em nova coletiva de imprensa, nesta
sexta-feira (11).
"Estamos sim preocupados, quero antecipar que há uma preocupação do governo do estado de São Paulo em relação ao país, mas há obviamente a nossa responsabilidade em São Paulo em relação ao aumento de infecções, de ocupação dos leitos de UTI e também de óbitos. Tudo isso será apresentado amanhã como operacionalizar", destacou.
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