Polícia Civil e MP fazem operação contra a milícia no Rio


A Polícia Civil e o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro fazem uma megaoperação, intitulada "Porto Firme", na manhã desta quinta-feira (9), para desarticular uma narcomilícia que atua em bairros da Zona Oeste do Rio. O principal reduto do grupo é Jacarepaguá, Vargem Grande e Vargem Pequena. A quadrilha é acusada de praticar crimes como extorsão, ameaças e homicídios. Ao todo são 16 mandados de prisão e 51 de buscas e apreensões. Três policiais militares estão entre os alvos da ação.



O cabo Fernando Mendes Alves , que faz parte no "Centro Presente", foi preso enquanto trabalhava. Ele é o segundo na hierarquia. Ana Lúcia da Silva Alves, mãe de Gabriel da Silva Alves, o Biel, que é considerado o número três na hierarquia da milícia, foi presa em casa, em Vargem Grande. Gabriel está foragido.
A investigação, que culminou na operação desta quinta, começou em dezembro de 2018, após o desmembramento da investigação que apurava o assassinato do também miliciano Marcos Calisto. Durante a apuração do crime, os investigadores descobriram que a quadrilha praticava o tráfico de drogas, de armas e milícia armada em diversos bairros da Zona Oeste. Além disso, os investigadores viram que um oficial da PM é o chefe do tráfico de drogas e da milícia que atua em diversos pontos de Jacarepaguá.
O principal alvo da operação é o capitão da Polícia Militar Leonardo Magalhães Gomes da Silva, que atualmente está lotado no Diretoria Geral de Pessoal, conhecido como a geladeira da PM. De acordo com a denúncia do Ministério Público, Magalhães pratica o tráfico de drogas, extorsão, agiotagem, corrupção, além de grilarem de terra, mesmo estando na PM . Agentes da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) e da Corregedoria da Polícia Militar apoiam a ação. Ao todo, 200 policiais participam da ação.


"Lamentamos que esses (policiais) estejam envolvidos nesse tipo de criminalidade. Hoje é mais uma ação de combate à organizações criminosas", disse o delegado Antônio Ricardo Lima Nunes, diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP).
Nesta manhã, a polícia e o MPRJ estiveram no Condomínio Bosque da Paz, em Vargem Grande, atrás do militar. No local, os investigadores encontraram a resistência vazia. Ele é considerado foragido e estaria em Búzios, na Região dos Lagos.

Quadrilha de Magalhães é investigada por chacina

Os investigadores já sabem que o ataque a tiros na noite de um domingo, dia 7 de julho de 2019, que terminou com quatro mortos e dois feridos, na comunidade Pombo sem Asa, em Vargem Grande, foi praticada pelo bando de Magalhães. Naquele dia, criminosos foram ao local para assassinar um dos líderes do grupo miliciano que controla a região.
O homem, que estava em uma pizzaria, foi executado por quatro homens que estavam em duas motos. A vítima, que seria o segundo homem da hierarquia de um grupo paramilitar da comunidade, tentou fugir em uma moto. No entanto, milicianos rivais cercaram a rua e ele acabou sendo executado a tiros de pistola.
No momento do crime, um entregador de farmácia que passava pelo local, um mecânico e um mototaxista que comia um lanche na localidade também foram atingidos pelos disparos e faleceram.

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