O promotor Cláudio Calo Sousa, que assumiu a 3ª Promotoria
de Justiça de Investigação Penal Territorial em março, determinou uma
série de diligências para a retomada do caso, no último dia 3. O novo
prazo para conclusão das investigações é de 90 dias. Em documento
enviado para a 32ª DP, ao qual o EXTRA teve acesso, o promotor escreveu
que “causa perplexidade o porquê tais fuzis não foram efetivamente
periciados” e também “estranheza” a falta de juntada dos folhas de
antecedentes criminais (FAC) dos policiais. Quando o inquérito foi
instaurado, um ano após a morte, apenas a FAC de Anderson Rosa de Souza
foi anexada aos autos. O estudante não tinha qualquer anotação criminal.
O caso que deverá ser retomado agora ocorreu na
madrugada do dia 15 de maio de 2003 — quatro anos antes de Queiroz se
tornar assessor do então deputado estadual Flávio Bolsonaro na na Alerj.
Ele agora é investigado junto com Flávio no caso das rachadinhas. No
mês passado, Queiroz teve a prisão preventiva decretada, mas na semana
passada obteve um habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ)
que permitiu que ele fique em prisão domiciliar. Já Adriano morreu em
fevereiro após uma operação policial na Bahia. Neste domingo, a Polícia
da Bahia fez a reconstituição da ação. Ele era apontado como o líder do
Escritório do Crime, milícia que atua na região de Rio das Pedras.Na versão dos policiais, a patrulha ingressou na Cidade de Deus e teria “encontrado um grupo de pessoas supostamente armado” que teria “efetuado disparos ”, o que fez com que os policiais revidassem. Depois do alegado confronto, os policiais disseram ter encontrado o corpo de Rosa junto a uma “bolsa preta”.
Apesar de terem declarado que ocorreu um tiroteio, Queiroz e Adriano disseram que só eles dois atiraram, os outros três policiais não. Queiroz e Adriano levaram o corpo do estudante para o Hospital Cardoso Fontes. Ele deu entrada na unidade já sem vida.
O laudo cadavérico de Souza revela contradições na versão dos policiais. Ele morreu com três tiros, dois deles efetuados pelas costas. Ao “Fantástico”, da TV Globo, a viúva de Anderson Rosa de Souza disse que ouviu que o marido teria implorado por sua vida.
“Contaram que eles entraram, levaram ele lá pra trás, tiraram a vida dele, né? Ele pedia pelo amor de Deus, mas não teve jeito, executaram, ele com três tiros”, afirmou ela. Procurado, o advogado Paulo Emílio Catta Preta, que defende Queiroz , não retornou.
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