Um dos motivos para o adiamento da volta às aulas é que, apesar de a pandemia ter feito suas primeiras vítimas na cidade em março, ainda não existe um protocolo para as escolas garantirem a segurança de funcionários e estudantes. As normas serão definidas por uma comissão que a secretária municipal de Educação, Talma Suane, deverá formar nos próximos dias. Ela admitiu a ausência dessas regras na última segunda-feira, durante uma audiência pública virtual na Câmara Municipal.
“Não propomos retorno sem preparo. O comitê que constituiremos vai trabalhar em cima de evidências, sem restrição de direitos, com foco na segurança dos alunos, na adequação das estruturas e no plano pedagógico”, disse a secretária na audiência.
Retorno depende da curva de contaminação
O adiamento da retomada das atividades escolares foi confirmado ontem pela Secretaria municipal de Educação (SME), que divulgou uma nota: “Não há uma data para o retorno dos alunos às aulas. Depende da curva de contaminação do novo coronavírus e das orientações sanitárias. Assim que for definido efetivamente o reinício do ano letivo, a SME seguirá as orientações do Conselho Nacional de Educação que trata da reorganização do calendário escolar’’.Apesar de a SME afirmar que o retorno depende da curvas de contaminação, a secretária municipal de Saúde, Beatriz Busch, disse ontem que, “no momento”, isso não preocupa a prefeitura. Ela deu a declaração em um evento de cessão de equipamentos para o Hospital Mário Kroeff, na Penha. Também presente, o prefeito Marcelo Crivella não comentou um estudo da UFRJ, mostrado pelo GLOBO, que aponta um aumento no índice de contágio este mês. Ele pediu para Beatriz se pronunciar, e ela negou que haja um recrudescimento da Covid-19:
– O aumento de casos é diretamente ligado ao aumento da quantidade de exames positivos. Isso é normal (acontecer). O dado (da UFRJ) não é preciso para o nosso planejamento de retomada de atividades. Levamos em conta a capacidade de leitos, a quantidade de óbitos e a notificação da quantidade de casos gripais nas nossas redes.
Segundo o estudo da UFRJ, depois de iniciadas as medidas de flexibilização no município, houve um aumento da chamada taxa de transmissão – em maio, era de 1,72 (uma pessoa doente podia infectar quase duas); no início deste mês passou para 1,03 e, nas última semana, subiu para 1,39, o que corresspode a um risco considerado alto.
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