App do governo vai cadastrar informais para auxílio de R$ 600


Em coletiva de imprensa, o ministro da Economia Paulo Guedes deu mais detalhes sobre como o pagamento do auxílio de R$ 600 aos trabalhadores informais será feito. Estavam presentes também o ministro Onyx Lorenzoni, da Casa Civil, e o presidente da Caixa, Pedro Guimarães.
Guedes abriu a coletiva dizendo que o governo deve empenhar R$ 300 bilhões em todas as medidas de amparo aos trabalhadores e empresas, e que a liberação desse auxílio de R$ 600 aos informais custará quase R$ 100 bilhões — anteriormente, o governo esperava gastar cerca de R$ 54 bilhões.
Em relação às críticas feitas sobre a demora do governo para publicar a MP ou o decreto que regulamentará o pagamento, o ministro da Economia defendeu que “dois ou três dias” não fazem diferença para o calendário de pagamento.
“Qualquer crítica sobre a demora (para apresentar as medidas) é oportunismo político. Fomos do zero para R$ 300 bilhões em 3 meses. Isso nunca aconteceu antes, nunca em volume tão grande. Nenhum outro país emergente fez isso”, disse Guedes.
Como o pagamento do auxílio será feito? O ministro Lorenzoni disse que o governo mapeou cerca de 75 milhões de pessoas no Cadastro Único, e que haverá um cruzamento de dados para identificar quem é elegível ao benefício. No total, entre 65 milhões e 70 milhões de brasileiros podem ser beneficiados.
O problema, disse o ministro, é que há até 20 milhões de trabalhadores informais que não estão inscritos no Cadastro Único. Para essas pessoas, a Caixa disponibilizará um aplicativo na próxima terça-feira (dia 7) para que o cadastro para pleitear o benefício seja feito.
Como será esse aplicativo? Ainda de acordo com Lorenzoni, o aplicativo será de interface simples, mas quem preferir poderá se inscrever por um site da internet. A expectativa do governo é que a análise do cadastro, indicando se o beneficiário está apto a receber ou não, seja feita em 48 horas.
Quando o pagamento será feito? O governo diz que há 12 milhões de famílias no Bolsa Família que estão aptas a receber o auxílio emergencial. Para esse público, o pagamento começará a ser feito no dia 16 de abril. Como o governo possui todos os dados dessas famílias, e já há uma conta aberta para pagamento do benefício, o processo será mais simples.
Quanto às 75 milhões de pessoas do Cadastro Único, há um esforço para fazer um cruzamento de dados e para completar o cadastro dessas pessoas — 10 milhões não têm, por exemplo, o CPF registrado na plataforma. Assim que isso for feito, o governo liberará um calendário de pagamentos.
“A gente espera que esse pagamento comece a acontecer antes da Páscoa”, afirmou o ministro da Casa Civil, sem dar uma data exata.
Os informais que se cadastrarem pelo aplicativo e estiverem aptos ao recebimento devem entrar nesse calendário de pagamentos.
Caixa não será a única a pagar. Para agilizar os depósitos, o governo permitirá que o Banco do Brasil e os bancos privados também ajudem na distribuição do dinheiro. A expectativa é que os informais não cadastrados possam indicar uma conta bancária já existente para recebimento do benefício.
Caso o beneficiário elegível não tiver uma conta bancária, o governo deve liberar autorizações de saques nas lotéricas ou em caixas eletrônicos de bancos.
“Queremos contar com os outros bancos para fazer esses pagamentos. No final das contas, esse é um esforço de todos”, disse Pedro Guimarães, presidente da Caixa.

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