Quem usar cartão no exterior agora pode pagar pelo dólar do dia da compra

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A partir deste 1º de março, as compras internacionais realizadas no cartão de crédito poderão ser pagas com a cotação do dólar no preço do dia da compra.
A fim de diminuir a imprevisibilidade, o Banco Central (BC) alterou as regras que regularizavam as operações desse tipo no país, justamente em um momento em que o dólar vem se valorizando em relação ao real.
Até então, normalmente, o preço do dólar utilizado era o da data do fechamento da fatura do cartão de crédito. Agora, de acordo com o BC, cada instituição deverá oferecer a cotação na data da compra ou no fechamento da fatura do cartão de crédito, deixando a escolha ao cliente.
De acordo com a Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços), os bancos irão, automaticamente, passar a operar com o fechamento do dia da compra. Quem achar que a forma anterior era mais válida deverá solicitar a alteração.
Além da mudança no dia da cobrança, o valor do dólar cobrado também deverá seguir a taxa Ptax, divulgada diariamente pelo BC.

Que dia vale mais a pena?

Especialistas ouvidos pelo ZN afirmam que, em função da previsibilidade, a vantagem fica por conta do cliente utilizar o fechamento do dólar no dia da compra a partir de agora.
"O fechamento para a data da compra é mais assertivo no universo da educação financeira. Ter previsões assertivas ajudam demais a planejar financeiramente seus números e o quanto realmente você gastou", disse o educador financeiro Reinaldo Domingos.
Para o educador financeiro, a previsão de onde o dólar pode estar ao final do mês é sempre incerta.
"A única desvantagem é que o dólar pode cair. Então, a moeda pode sair de R$ 4,50 para R$ 4,15. Mas, caso ele vá para R$ 5, você vai pagar a diferença", afirmou Domingos.
Segundo Mauriciano Cavalcante, diretor de Operações de Câmbio da Ourominas, o turista não deve tentar adivinhar qual será a cotação do dólar no futuro.
"Não indicamos pagar no fechamento da fatura, pois é um risco muito grande, e mercado futuro é mais para especialistas", disse.

Melhor usar dinheiro

Além disso, mesmo com as mudanças na cobrança, o conselho dos especialistas é gastar uma parcela menor no crédito, reservando a maioria dos gastos para utilizar dinheiro vivo como forma de fugir do IOF (Imposto sobre Operação Financeira) maior.
"Indicamos que o turista tenha de 80% a 90% em dinheiro, pois o IOF do cartão é 6,38% e o de dinheiro é 1,1%", afirmou Mauriciano Cavalcante.
A compra do dólar também deve ser feita aos poucos, para que o turista consiga um preço médio da cotação da moeda estrangeira em relação ao real, evitando assim surpresas de última hora. Por exemplo, se vai viajar daqui a três meses, compra um pouco por mês, e não tudo de uma vez às vésperas da viagem.

A taxa é a Ptax, e não o dólar turismo

Além do dia da compra, que deve dar mais previsibilidade ao consumidor, outra mudança é a de qual cotação do dólar será utilizado para a cobrança.
O ZN entrou em contato com os cinco maiores bancos do país e o padrão entre eles é de que a taxa do dólar cobrada será a Ptax mais um spread.
Com isso, não adianta acompanhar o dólar comercial ou turismo, pois os valores são diferentes dos que serão praticados pelos bancos.
A Ptax é calculada todos os dias pelo BC com base na média das taxas praticadas pelas principais instituições de câmbio do país, e o valor da Ptax pode ser consultado no site do Banco Central.
Já o spread é a diferença entre o que o banco paga pela moeda e o quanto venderá ao cliente final. Cobre gastos operacionais e lucro do banco.
A cotação desse montante Ptax mais spread deverá estar nas plataformas de comunicações dos bancos emissores dos cartões de forma clara aos clientes, de acordo com o BC.