Seis escolas de samba deram show na Sapucaí na noite de
segunda-feira (24) para encerrar o Carnaval do Rio de Janeiro. A
Beija-Flor, que atravessou a avenida já na manhã desta terça, falou
sobre grandes jornadas da humanidade e festejou ruas famosas do mundo,
sendo o grande destaque da noite.

Beija-Flor foi o grande destaque da segunda noite de desfiles do Rio
São Clemente
Primeira escola da noite, a São Clemente optou por revisitar a história do Brasil, contanto malandragens e trambiques que ficaram famosos desde o período colonial do país. “O Conto do Vigário” mostrou, por exemplo o bilhete premiado da loteria, o terreno “baratinho”, da venda de terrenos na lua e não deixou de criticar políticos sem escrúpulos e até a má fé religiosa.
A bateria da escola, comandada pelo mestre Caliquinho, representaram o laranjal da polícia brasileira e a escola ainda trouxe o comediante Marcelo Adnet, um dos compositores do samba enredo, no último carro alegórico.
Unidos de Vila Isabel
A Vila Isabel levou para a Marquês de Sapucaí uma homenagem à história de Brasília, com o foco nos 60 anos da capital. Com o enredo “Gigante Pela Própria Natureza: Jaçanã e um Índio chamado Brasil”, a escola abordou a quantidade de culturas que se encontram em Brasília.

Unidos da Vila Isabel foi um dos destaques
Salgueiro
Com uma comissão de frente com truques de ilusionismo e muitas referências circenses, como por exemplo um carro com trinta artistas que realizam trapézio, malabares e acrobacia, o Salgueiro chegou à avenida contando ao público a história de Benjamin de Oliveira, o primeiro palhaço negro do Brasil, com o enrendo "O Rei do Picadeiro".

Viviane Araújo, rainha do Salgueiro
A escola contou com alegorias com muito movimentos, oito pernaltas também anunciando a chegada do Salgueiro, logo após o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeiras e componentes maquiados.
Unidos da Tijuca
A Unidos da Tijuca contou com a volta de Paula Barros e alegorias com componentes que fizeram performances nos carros alegóricos, marca registrada do carnavalesco. Com o enredo “Onde Moram os Sonhos”, a escola já chamou atenção com sua comissão de frente cheia de truques mágicos e ilusionismo.
Nela, parte dos integrantes estavam com roupas iluminadas, e após uma dança no chão, voltavam ao tripé e formavam um chafariz iluminado. Já no abre-alas, 140 pessoas vieram representando os operários que ajudaram na construção do Cristo Redentor. A estátua então saía de dentro da alegoria e reverenciava o público.
Mocidade Independente de Padre Miguel
O desfile da Mocidade Independente contou a
trajetória de vida da cantora Elza Soares, que completa 90 anos este
ano. A penúltima escola da noite destacou as lutas da artista contra o
racismo, preconceito e a censura.

Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira da Mocidade
Beija-Flor
A Beija-flor entra na Avenida para encerrar a última noite de desfiles do Grupo Especial. Com o enredo "Se essa rua fosse minha", que fala sobre as estradas, rotas e caminhos utilizados pela humanidade ao longo da história a escola de Nilópolis apostou em alegorias luxuosas e foi o grande destaque da noite.
A lá "Mad Max", a comissão de frente da Beija Flor levantou a Sapucaí desde sua primeira apresentação. Com oito elementos que imitam carros, a primeira impressão que que os veiculos se moviam por controle remoto, mas logo o segredo era revelado: bailarinos que escondidos pilotavam os carros. Outro truque da Comissão foi levar dois skates motorizados com led que saiam do tripé da comissão. Na apresentação, bailarinos encenam gangues rivais disputando domínio sobre as ruas. No embate, chegam Pombagiras, que trazem para a dimensão deles a mensagem de Exu, "o verdadeiro dono do lugar".
No abre-alas, pouco antes do início do desfile, no Setor 1, uma movimentação chamou atenção, quando integrantes da escola montaram, em cima da hora, o bico que compõe o beija-flor do abre-alas.