

A empresa investiu R$ 6 milhões desde 2016 e tem 2 MW de capacidade instalada em áreas com painéis solares em Araçoiaba da Serra (SP) e Porto Feliz (SP). Tem como meta chegar a 20 MW neste ano se as regras continuarem favoráveis. O negócio vai além das fazendas solares: oferece investimento em geração de energia para pessoas e empresas que não têm painéis, e ganham, assim, o direito de usar a energia. Esses clientes pagam mensalidades que variam de R$ 20 a R$ 10 mil hoje e ganham também consultoria para melhorar o consumo de energia.
Pelas contas da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), o custo anual desse incentivo é de R$ 900 milhões. Estudo de outubro do Ministério da Economia estima o custo desse subsídio para a sociedade, caso sejam mantidas as regras atuais, em R$ 56 bilhões. Em valor presente, aplicada taxa de desconto pelos juros no período, são R$ 32 bilhões. É o suficiente, destaca o estudo, para construir 9 mil creches.
“O problema não é passar a cobrar. É quando e quanto”, disse Susteras. Ele e a Absolar aceitam que a taxa pelo uso da rede chegue a 15% em 2030. Para a Aneel, deveria ser de até 60%.
A capacidade instalada de energia solar hoje é de 2.000 MW, 1,4% da capacidade instalada para geração energia elétrica no Brasil. “Metade disso foi criado em 2019”, afirmou Susteras. Os críticos dos subsídio se apegam exatamente a este ponto: o problema de fazer outros consumidores arcarem com o subsídios não é tanto o número de beneficiados hoje. É o volume no futuro, o que poderá tornar a conta de luz muito mais pesada para os outros, grupo que inclui os mais pobres, que não têm painéis solares em suas casas.
Para Susteras, sem subsídio, o uso de energia solar não avançará. “A Espanha subiu a taxa para 60% e depois voltou atrás”, disse. A Califórnia passou a cobrar taxa de 10% pelo uso da rede quando a geração solar atingiu 5% da capacidade total do sistema de energia elétrica. Mas, entre os estados norte-americanos é uma exceção de incentivo ao uso de energia solar.