O perito teria recebido R$ 5 milhões em propina apenas de 31 de maio de 2012 a 21 de maio de 2015. A prisão preventiva foi autorizada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio. Os agentes também cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao investigado.
Os pagamentos foram identificados em planilhas do doleiro Álvaro Novis, operador do esquema de propina comandado pelo ex-governador Sérgio Cabral (MDB-RJ). Ele foi 1 dos 3 investigados que fizeram delações premiadas que resultaram na operação desta 5ª feira (5.dez).
Também colaboraram Lélis Teixeira, ex-executivo da Fetranspor (Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Rio); e Marcelo Traça, ex-presidente o Setrerj (Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Rio).
O MPF declara ter identificado inúmeras ligações telefônicas entre Charles William e o empresário de ônibus José Carlos Lavouras, que vive em Portugal, foragido da justiça desde a Operação Ponto Final. A investigação apura a movimentação de R$ 260 milhões em pagamento de propina a autoridades e agentes públicos do Estado.
Também chamaram a atenção dos investigadores operações financeiras milionárias nas contas do perito, o que indicaria lavagem do dinheiro recebido de forma ilícita. O MPF afirma ainda que a Receita Federal analisou o patrimônio do investigado e indicou possível omissão de rendimentos.
De acordo com a força-tarefa, Charles era contratado para apresentar laudos superfaturados em casos de indenização de empresas de ônibus contra o Estado. Uma lei de 1999, que reduzia as tarifas de ônibus em 15%, foi revogada. As empresas entraram com mais de 100 ações para reaver o prejuízo.