Segundo nota do Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA), composto
pela Marinha, Agência Nacional de Petróleo (ANP) e Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), as amostras
da substância foram encaminhadas para o Instituto de Estudos do Mar
(IEAPM). O órgão confirmou ser o mesmo óleo encontrado no litoral do
Nordeste.
Primeira cidade capixaba depois da fronteira com a Bahia, Conceição da
Barra não registrou presença de óleo até esta sexta-feira, 8. Lá e em
Guriri, um grupo com 75 fuzileiros navais da Marinha faz monitoramento
das praias desde terça-feira, 5.
Segundo o GAA, as praias do Rio Grande do Norte, Ceará, Pernambuco,
Paraíba e Bahia, que foram atingidas pelas manchas, já estão limpas.
Nesta sexta, no entanto, havia vestígios de óleo e ações de limpeza em
oito locais, além de Guriri: Japaratinga, Barra de São Miguel, Jequiá da
Praia, Coruripe, Feliz Deserto e Piaçabuçu, em Alagoas, e Praia do
Viral e Coroa do Meio, em Sergipe.
Segundo o Ibama, o óleo já atingiu 409 localidades e, até o momento,
foram retiradas aproximadamente 4.300 toneladas de resíduos de óleo. A
contagem desse material não inclui apenas óleo, mas também areia, lonas,
EPI e outros materiais utilizados para a coleta. O descarte é feito
pelas secretarias de meio ambiente dos Estados.
Três navios da Marinha que saíram do Rio de Janeiro no dia 4 para
auxiliar no combate às manchas seguem rumo ao Nordeste, com previsão de
chegada ao porto de Suape (PE) no dia 10 de novembro, informa a Marinha.
Governo capixaba criou comitê de emergência
Com a chegada das manchas de óleo ao litoral do Espírito Santo, o
governo capixaba criou o Comitê Operativo de Emergência (COE), por meio
da secretaria da Saúde. O comitê será responsável por organizar as ações
do Sistema Único de Saúde (SUS), dividindo responsabilidades entre
Estado e municípios.
Segundo Gilson Almada, coordenador do COE, uma das medidas é orientar a
população sobre os riscos à saúde de exposição aos resíduos do petróleo
cru. "Foi elaborada uma nota técnica orientando os profissionais de
saúde sobre como atender as pessoas que tiverem contato com o óleo e
também os cuidados de proteção individual que devem ser adotados por
esses profissionais", afirmou.
Almada disse que cerca de 400 profissionais foram capacitados pela
Defesa Civil, Marinha e Exército para a realização do recolhimento do
óleo nas praias, caso seja necessário. Assim, segundo ele, não será
necessário a ajuda voluntária da população, evitando risco de
intoxicação por inalação, contato com a pele ou ingestão.
"Orientamos a população a não entrar em contato com o óleo. O Espírito
Santo tem cerca de 400 profissionais capacitados para fazer o
recolhimento desse material nas praias, por isso não há necessidade de
voluntários", disse. Em caso de exposição ao óleo ou aparecimento de
sintomas, a orientação do governo é contatar o Toxcen pelo telefone 0800
28 39 904 e procurar atendimento médico.