
Há mais de um ano havia fortes rumores que, depois de anunciar o encerramento da produção do Focus na Argentina, a Ford tomaria a decisão de fechar a fábrica de São Bernardo do Campo (SP). Era uma notícia esperada, mas não deixa de causar tristeza.
Esta unidade fabril foi construída pela Willys Overland, fundada em agosto de 1952. A produção se iniciou dois anos depois com o utilitário Jeep CJ-5, seguido pela perua Rural (precursora do que seria, hoje, um SUV), uma picape, além do sedã Aero-Willys (1960) e sua versão especial Itamaraty.
A empresa também fabricou sob licença da Renault os compactos Dauphine e Gordini e, ainda, o Alpine A110, pequeno carro esporte rebatizado aqui de Interlagos, com mecânica Renault, nas versões berlineta, cupê e conversível.
A Willys apostou muito no Projeto M, tendo por base o médio-compacto Renault 12. Porém, dificuldades financeiras levaram à venda para a Ford de toda a operação brasileira, em 1967, incluindo as instalações às margens da rodovia Anchieta. O Projeto M se transformou no Ford Corcel, em 1968, cuja carroceria era completamente diferente do modelo francês, só lançado um ano depois na França, e também produzido na Argentina pela IKA.
Esta unidade fabril foi construída pela Willys Overland, fundada em agosto de 1952. A produção se iniciou dois anos depois com o utilitário Jeep CJ-5, seguido pela perua Rural (precursora do que seria, hoje, um SUV), uma picape, além do sedã Aero-Willys (1960) e sua versão especial Itamaraty.
A empresa também fabricou sob licença da Renault os compactos Dauphine e Gordini e, ainda, o Alpine A110, pequeno carro esporte rebatizado aqui de Interlagos, com mecânica Renault, nas versões berlineta, cupê e conversível.
A Willys apostou muito no Projeto M, tendo por base o médio-compacto Renault 12. Porém, dificuldades financeiras levaram à venda para a Ford de toda a operação brasileira, em 1967, incluindo as instalações às margens da rodovia Anchieta. O Projeto M se transformou no Ford Corcel, em 1968, cuja carroceria era completamente diferente do modelo francês, só lançado um ano depois na França, e também produzido na Argentina pela IKA.
Dor no centenário
No ano em que a Ford completa o centenário de sua fundação no Brasil, encerrar as atividades em uma unidade com tanta história é especialmente doloroso para os cerca de 2.800 empregados entre horistas e mensalistas. Toda a linha de montagem dos caminhões médios e pesados Cargo, dos caminhões leves F-350/F-4000 e do Fiesta hatch será interrompida de imediato.
A marca não produzia caminhões na matriz há mais de uma década e o lançamento do Ka enfraqueceu muito o Fiesta com qual compartilhava a arquitetura.
A empresa reservou US$ 460 milhões (R$ 1,7 bilhão) para indenizar funcionários, concessionárias e fornecedores. Prejuízos financeiros na região da América do Sul foram de quase US$ 700 milhões (R$ 2,6 bilhões) no ano passado.
Estima-se que cerca de 60 tiveram origem nas operações brasileiras, que incluem fábricas de veículos e motores em Camaçari (BA), motores e câmbios em Taubaté (SP) e campo de provas em Tatuí (SP). As atividades nessas cidades continuarão.
Reflexo da realidade fiscal brasileira
Há quem lembre que a marca contabilizou 24 trimestres consecutivos de lucro entre 2007 e 2012. Infelizmente isso não garante a uma empresa manter-se saudável e gerar caixa suficiente para investir, em especial se o mercado local minguar quase 50%, como aconteceu aqui. Opção pode ser encolher ou, em caso extremo, sair de um país.
É bastante provável que a GM tenha chegado a um acordo em São José dos Campos (SP) porque estava próximo o anúncio sobre o encerramento das atividades de outro fabricante no mesmo Estado. Essas informações vazam nos bastidores e a preservação dos empregos falou mais alto aos sindicalistas.
Precisa ficar claro: produzir veículos no Brasil com a carga fiscal insana sobre os produtos, baixa produtividade, alta burocracia e deficiências graves em infraestrutura, só para citar alguns entraves, é um fato, apesar de oportunidades que possam surgir no futuro.
Diminuir investimentos ou fechar uma fábrica são alternativas dolorosas, incontornáveis. Não se trata de ameaça, mas reflexo do mundo real.
No ano em que a Ford completa o centenário de sua fundação no Brasil, encerrar as atividades em uma unidade com tanta história é especialmente doloroso para os cerca de 2.800 empregados entre horistas e mensalistas. Toda a linha de montagem dos caminhões médios e pesados Cargo, dos caminhões leves F-350/F-4000 e do Fiesta hatch será interrompida de imediato.
A marca não produzia caminhões na matriz há mais de uma década e o lançamento do Ka enfraqueceu muito o Fiesta com qual compartilhava a arquitetura.
A empresa reservou US$ 460 milhões (R$ 1,7 bilhão) para indenizar funcionários, concessionárias e fornecedores. Prejuízos financeiros na região da América do Sul foram de quase US$ 700 milhões (R$ 2,6 bilhões) no ano passado.
Estima-se que cerca de 60 tiveram origem nas operações brasileiras, que incluem fábricas de veículos e motores em Camaçari (BA), motores e câmbios em Taubaté (SP) e campo de provas em Tatuí (SP). As atividades nessas cidades continuarão.
Reflexo da realidade fiscal brasileira
Há quem lembre que a marca contabilizou 24 trimestres consecutivos de lucro entre 2007 e 2012. Infelizmente isso não garante a uma empresa manter-se saudável e gerar caixa suficiente para investir, em especial se o mercado local minguar quase 50%, como aconteceu aqui. Opção pode ser encolher ou, em caso extremo, sair de um país.
É bastante provável que a GM tenha chegado a um acordo em São José dos Campos (SP) porque estava próximo o anúncio sobre o encerramento das atividades de outro fabricante no mesmo Estado. Essas informações vazam nos bastidores e a preservação dos empregos falou mais alto aos sindicalistas.
Precisa ficar claro: produzir veículos no Brasil com a carga fiscal insana sobre os produtos, baixa produtividade, alta burocracia e deficiências graves em infraestrutura, só para citar alguns entraves, é um fato, apesar de oportunidades que possam surgir no futuro.
Diminuir investimentos ou fechar uma fábrica são alternativas dolorosas, incontornáveis. Não se trata de ameaça, mas reflexo do mundo real.