O ministro da Justiça e da Segurança, Flávio Dino , disse nesta quarta-feira (26), que terá novidades sobre o caso da vereadora Marielle Franco nas próximas semanas. A fala acontece após a delação premiada do ex-policial militar Élcio de Queiroz , que confessou que o também ex-PM, Ronnie Lessa , atirou contra a parlamentar e o motorista, Anderson Gomes .
"Agora, nós temos uma orientação clara, a Polícia Federal, que trabalha com independência técnica, de ter todos os cuidados legais para garantir uma investigação bem feita. E essa investigação bem feita indica que só há revelação do conteúdo de uma delação ou colaboração premiada quando há a chamada prova de confirmação ou de corroboração. Então, a partir da narrativa de um dos autores, que é o senhor Élcio (de Queiroz), há a produção de outras provas que confirmam aquilo que ele está narrando, que está afirmando. Então, a Polícia Federal, e o Ministério Público estão trabalhando nesse momento, há outros anexos na delação. Nas próximas semanas, com certeza, vamos avançar ainda mais. Eu não posso prever porque eu não tenho conhecimento dos autos, porque não é meu papel ", disse Dino no programa "Bom dia, ministro".
O ministro destacou ainda que o caso de Marielle é bastante complexo e tem uma dimensão no que diz respeito a mulheres na política.
"É um crime muito complexo, um crime de interesse de toda nação brasileira, porque é um crime que tem uma dimensão relevante para a família, para a memória da Marielle e tem uma dimensão preventiva em relação a mulheres, em relação à população negra e em relação, a uma dimensão que eu tenho frisado, que é a presença de mulheres na política. Quero frisar que, lamentavelmente, não. Melhoramos a participação política feminina, mas a principal forma de homenagear a luta da Marielle é, nesse momento, ao investigar esse crime, também ajudar a que outras mulheres se sintam protegidas ao exercerem atividades políticas", afirmou Flávio Dino.
Delação premiada
O ministro Flávio Dino afirmou na segunda-feira (24) que Élcio Queiroz, réu por envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco, após revelar mais informações do crime em delação premiada , terá benefícios em razão do acordo, mas permanecerá preso. Segundo Dino, a delação de Élcio e a prisão de Suel representam um “evento de enorme importância”, e encerra a apuração sobre a execução das vítimas em si. "As cláusulas ainda permanecem sob sigilo judicial, mas posso afirmar que o senhor Élcio continuará preso em regime fechado. Inclusive, onde se encontra”, detalhou.
As investigações, porém, seguem para chegar aos possíveis mandantes do crime, e levarão "sem dúvida" aos mandantes do assassinato de Marielle Franco, afirmou o ministro na coletiva.
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