Após ter a prisão domiciliar revogada pelo TRF-1
(Tribunal Regional Federal da 1ª Região) no início de maio e um mandado de prisão também revogado pelo TRF-4
no final de abril, o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha
(MDB), concedeu uma entrevista exclusiva para a CNN Brasil, exibida na noite do último domingo, 16.
Foi a primeira entrevista de Cunha na televisão brasileira desde a
prisão dele em 2016. Dentre os assuntos falados, ele disse acreditar que
a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi um absurdo
e que ele ganharia a eleição de 2022 no primeiro turno, caso saísse do
partido dos trabalhadores.
"Já vivi o PT. Não quero o PT de volta. Eu concordo que a prisão do Lula
foi um absurdo, assim como a minha também o foi. Ele é vítima mesmo.
(...) Se Bolsonaro enfrentar qualquer outro, vai perder, se Lula
enfrentar qualquer outro vai perder. Tem anti-PT e anti-Bolsonaro. Por
isso que os dois vão para os segundo turno. Nesse momento, o
antibolsonarismo está maior", afirmou.
O ex-deputado, que exerceu o cargo de fevereiro 2003 a setembro de 2016,
quando teve o mandato cassado no plenário, também comentou acreditar
que Jair Bolsonaro (sem partido) só chegou à presidência por ter
assumido a imagem do anti-petismo, até então associada ao PSDB.
“Não diria que a Lava Jato elegeu Bolsonaro (...) Tivemos polarização
sempre. O PT ocupa um lado. Ocupou em 1989 na 1° eleição contra Collor
depois de ter tirado o Brizola. E a partir daí foi o PT contra outros. O
que acontece: Bolsonaro tomou o lugar do anti-PT que estava com o PSDB.
Qualquer um que enfrentasse o PT iria ganhar a eleição. Qual foi o
mérito do Bolsonaro? Ele tomou o lugar do PSDB e virou o anti-PT",
opinou Cunha.
Para Cunha, Lula está "acima do PT" e ganharia a eleição presidencial de 2022 no primeiro turno se deixasse o partido. “Lula está acima do PT. Se Lula, por exemplo, saísse do PT e fosse para o 'centrão' ele ganhava essa eleição, sem sombra de dúvida. O que atrapalha o Lula é o PT. O problema maior do Lula é o PT. Ele é maior que o antipetismo", afirmou.
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