Criado por pesquisadores chineses, um novo projeto de vacina contra a
covid-19 teve resultados promissores reportados em um estudo publicado
no respeitado periódico científico The Lancet.
A vacina foi testada em 108 pessoas, divididas em três grupos, e gerou
um aumento “significativo” — segundo os pesquisadores — de anticorpos
contra o novo coronavírus.
O estudo é assinado por 21 pesquisadores chineses e traz
informações tanto sobre a segurança quanto sobre a melhora da imunidade
do organismo contra a covid-19, com base nos testes feitos em pacientes
humanos. Nenhuma reação severa foi apresentada pela maioria dos
pacientes.
O número de anticorpos contra o novo coronavírus aumentou no
organismo dos pacientes vacinados após 14 dias e atingiu o pico após 28
dias.
A vacina causou reações na maioria dos participantes nos primeiros
sete dias após a aplicação. Os efeitos colaterais reportados foram dor,
febre, fadiga, dor de cabeça e dor muscular. Quem recebeu maior dose da
vacina apresentou menos reações. Ainda assim, mais de 70% dos
participantes desse grupo reportaram os efeitos colaterais. Em todos os
grupos de pesquisa, as reações foram fracas ou moderadas. A idade média
dos participantes era de 36 anos (eles tinham de 18 a 60 anos e nunca
haviam contraído a covid-19).
Apesar de o grupo que recebeu a dose mais alta ter apresentado melhor
resposta na produção de anticorpos, os pacientes também tiveram reações
mais fortes do que a média, com quadros severos de febre, fadiga,
dispneia, dor muscular e dor nas juntas.
A vacina criada na China usa um recombinante de adenovírus tipo 5 com
foco na covid-19 para ajudar o organismo humano a desenvolver defesas
contra a infecção pelo novo coronavírus. Os pesquisadores afirmam, no
novo estudo, que as reações apresentadas pelos pacientes são similares
às reportadas por participantes de um estudo com uma vacina baseada em
adenovírus tipo 5 que avaliou sua segurança e eficácia contra o vírus
ebola.
No mundo, existem cerca de 100 vacinas em fase de testes e 200 medicamentos analisados para combater o novo coronavírus.
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