O projeto é uma iniciativa do Ministério da Saúde, que contratou o Ibope para realizar as pesquisas de campo. A empresa deverá receber quase 10 milhões de reais pelo trabalho. O entrevistador deverá usar equipamentos de proteção, como óculos, máscara e luvas, e visitará as pessoas em suas casas. Coletará uma gota de sangue de um dos moradores de cada domicílio e colocará o material em um aparelho que fará a análise. Se der positivo, o entrevistador deverá testar todos os moradores dessa casa.
Com os testes rápidos, será possível saber o percentual de pessoas que têm anticorpos contra o novo coronavírus, ou seja, que já entraram em contato com a doença. Os testes rápidos, porém, têm uma limitação: só detectam a doença se a pessoa estiver infectada há, pelo menos, 7 dias. Ou seja, muitas pessoas que fizerem o teste podem ter resultado negativo, mas estar infectadas e continuar sem saber disso.
Cada rodada de teste apresentará o retrato de um momento. O plano do Ministério da Saúde é que a comparação dos resultados das diferentes rodadas mostre a velocidade com que o vírus está se espalhando pelo país. Esse tipo de informação poderá ser útil, por exemplo, para balizar uma decisão sobre medidas de relaxamento do distanciamento social em uma determinada região.
Para esse trabalho, o Ibope contará com o apoio da Universidade Federal de Pelotas, que coordenou uma pesquisa similar no Rio Grande do Sul. No dia 15 de abril, a instituição divulgou os resultados dos testes aplicados em 4.189 pessoas em nove cidades gaúchas.
Dois deles testaram positivo para anticorpos do coronavírus, o que representou 0,05% da amostra. Extrapolando esse índice para o conjunto da população, os pesquisadores deduziram que havia 5.650 pessoas infectadas no estado, 7,5 vezes mais do que o número oficialmente confirmado naquele momento.
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