Pesquisadores da PUC estimam que só 12% dos casos de Covid-19


Pesquisadores da PUC-Rio desenvolveram um modelo matemático que estima quantas pessoas realmente tiveram ou estão com a Covid-19 no estado do Rio. Segundo o estudo, só 12% dos casos são notificados.
O estado tem até esta sexta-feira (10) 147 mortes e 2.464 casos confirmados pela doença. Mas esse número pode e deve ser maior.
“A gente estimou que a subnotificação do Rio de Janeiro varia um pouquinho, mas está entre 10 e 12%. Então, a cada 100 pessoas que estão infectadas, a gente tá estimando que 12 dessas pessoas foram testadas e confirmadas”, explica o pesquisador Marcelo Prado, do Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde, da PUC.
Os sintomas da Covid-19 são parecidos com o de uma gripe comum. E muitos que contraem o vírus não desenvolvem os sintomas.
Como não há teste suficiente no mercado, é difícil saber quantas pessoas realmente se contaminaram com o coronavírus.
“A gente não tem o mapeamento completo da população, foi uma dificuldade sempre no país, a dificuldade de teste, mesmo no setor privado não tinha essa capacidade", explicou o secretário Edmar Santos.
Baseado nos dados divulgados pelo estado até quinta-feira (9), a taxa de notificação no Rio, segundo a pesquisa, estava em 11,6%.
O indicador é melhor que São Paulo (7,0%) e que a média nacional (9,0%), mas pior do que outros estados do Sudeste, como o Espírito Santo (21,1%) e Minas Gerais (25,2%).
A pesquisa se baseou em modelos internacionais que comparam a proporção entre os números de casos e de mortes pela doença.
“Essa metodologia é simples. Ela supõe que você tem uma mortalidade da doença que foi descoberta em estudos clínicos que já foram feitos, que é por volta de 1.3% de mortalidade. E aí você fala 'esse aqui é o número de mortalidade que eu deveria encontrar dado o número de casos e o número de mortes em cada estado, em cada país. E esse desvio entre o número de mortes e casos e essa taxa de mortalidade de 1.3% é o que a gente considera que é justamente essa subnotificação", detalha Marcelo.
G1

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