“Tenho conversado com eles”, disse ele, sem dar detalhes das conversas.
O presidente disse que a administração pública federal tem dezenas de milhares de cargos para serem indicados e destacou não ser possível que tenha o controle pessoal sobre todas as indicações.
“Se o ministro quiser dar um cargo para alguém do partido sem eu saber, você acha que isso pode acontecer? Pode”, disse.
Crítico contumaz do chamado “toma lá, dá cá” e do que chama de “velha política” desde a campanha eleitoral, o presidente fez nas últimas semanas uma aproximação com partidos do Congresso a fim de buscar uma base parlamentar.
O movimento ocorre em meio ao surgimento de investigações contra ele e pessoas próximas, a novos pedidos de impeachment, questionamentos à sua conduta em meio à pandemia do novo coronavírus e à crise deflagrada pela acusação feita pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro de que o presidente quis interferir em apurações conduzidas pela Polícia Federal.
Bolsonaro disse que é mentira que houve negociação do governo em torno da indicação do comando do porto de Santos com o presidente do Solidariedade, o deputado federal Paulinho da Força (SP). “Acuse, mas depois de publicado no Diário Oficial da União”, reclamou.
Falando de si na terceira pessoa, o chefe do Executivo afirmou que há pedidos de impeachment de um “presidente honesto que nunca foi acusado de corrupção e tráfico de influência”.
Bolsonaro disse que tem contato com praticamente todos os parlamentares e fez questão de destacar que conversa com o “pessoal do PP”, partido ao qual foi filiado há mais de 10 anos. A legenda, integrante do centrão, é uma das que abrigam expoentes investigados pela operação Lava Jato.
Em outro momento de aceno ao Congresso, o presidente destacou que não está no cargo para julgar, condenar e pedir a cassação de qualquer parlamentar.
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