Bairros de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Brasília, de Belo
Horizonte, de Porto Alegre e do Recife tiveram na noite desta 3ª feira
(17.mar.2020) panelaços em protesto contra o presidente Jair Bolsonaro.
Na
capital paulista, foram ouvidos gritos de “fora Bolsonaro” em áreas
residenciais de bairros como Pinheiros, Sumaré, Pompeia, Lapa e Vila
Madalena (zona oeste); Jardins, Bela Vista, Santa Cecília e Higienópolis
(região central).
Também ouviu-se gritos contra o presidente da República em bairros da
zona sul do Rio de Janeiro, tal como Copacabana, Gávea e Jardim
Botânico; e na Asa Norte, em Brasília. Na capital mineira, houve
protestos contra Bolsonaro na região central.
Marca do período pré-impeachment de Dilma Rousseff, iniciado em 2015 e
concluído em 2016, os panelaços foram impulsionados na internet por
movimentos sociais e representantes da oposição ao governo.
Os protestos estavam marcados para as 20h30 de 4ª feira (18.mar.2020), mas foram antecipados. As hashtags “
Acabou Bolsonaro” e “
Fora Bolsonaro” eram os assuntos mais comentados no Twitter às 22h45, com cerca de 40.000 menções.
Os apoiadores do presidente reagiram e promoveram a hashtag “
Respeitem O Presidente” em resposta. O assunto foi mencionado em cerca de 37.ooo publicações no Twitter até por volta das 23h.
A manifestação desta 3ª feira (17.mar) começou durante exibição de uma reportagem no Jornal Nacional (
TV Globo) sobre o coronavírus. Os gritos contra Bolsonaro são uma reação à atitude do presidente de comparecer a ato contra o Congresso e contra o Judiciário
no domingo (15.mar.2020), contrariando recomendação de isolamento do
próprio Ministério da Saúde. O presidente havia sido orientado a
permanecer distante de contato social depois de ter sido testado para a
covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
Nesta 3ª feira (17.mar.2020), a Câmara recebeu o 1º pedido de impeachment
contra o presidente. O autor, o deputado distrital Leandro Grass
(Rede), citou entre seus argumentos pelo afastamento de Bolsonaro o fato
de ele ter endossado manifestações de rua apesar de organizações de
saúde terem recomendado que se evite aglomerações.
Além dos
gritos, apitos e batidas de panelas, Bolsonaro também foi alvo de
críticas e ataques nas redes sociais. Em vídeos que circulam pela web, é
possível ver os manifestantes gritarem “fora Bolsonaro” e xingamentos
ao presidente.