Deputados bolsonaristas pedem impeachment de governador do Rio

 

Sete deputados do PSL aliados ao presidente Bolsonaro entraram com pedido para o afastamento de Wilson Witzel (PSC), governador do Rio de Janeiro. Eles afirmam que Witzel cometeu crime de responsabilidade em 1 suposto esquema de espionagem contra membros do Legislativo.
O pedido foi protocolado junto à Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) na 3ª feira (18.fev.2020).

A Mesa Diretora não tem 1 prazo estipulado para analisar o pedido. Pode arquivá-lo ou dar prosseguimento ao processo. Nesse cenário, Witzel ficaria afastado do governo até o julgamento do processo por uma comissão formada por 5 deputados e 5 membros do Tribunal de Justiça.
O pedido foi entregue por Doutor Serginho, líder do PSL na Alerj. Também assinaram os deputados Alana Passos, Anderson Moraes, Coronel Salema, Filippe Poubel, Márcio Gualberto e Renato Zaca. Outros 5 deputados do partido não endossaram o requerimento. Um deles, o deputado Alexandre Knoplock, questionou a falta de “materialidade” do pedido dos colegas.

Entenda o caso

O presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), afirma que Lucas Tristão admitiu a existência de dossiê sobre 70 deputados estaduais. Ele o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico é 1 aliado do governador. O secretário nega que tenha espionado deputados.
Ceciliano pediu esclarecimentos ao Witzel no início do mês. Dr. Serginho, autor do pedido de demissão do governador, também requisitou investigações por parte do Ministério Público Federal, da Polícia Federal e do Ministério da Justiça.

Outro lado

A assessoria do governador divulgou nota sobre o pedido de demissão. Eis a íntegra:
“O pedido de impeachment apresentado na Assembleia Legislativa é tão somente uma manobra política, baseada em boatos infundados e que não condizem com os fatos;
O ato dos 7 deputados estaduais de oposição é pura irresponsabilidade política, num momento em que o Estado do Rio de Janeiro e o País precisam de diálogo democrático, sobriedade e da união entre os poderes para seguir avançando na redução da criminalidade e nos projetos de segurança pública, saúde, emprego e educação.”

Rivalidade com o presidente

Witzel foi eleito com apoio da família Bolsonaro. No ano passado, no entanto, a relação com o presidente e seus filhos sofreu abalos.
Em uma das trocas de farpas entre Witzel e Bolsonaro, o presidente disse que o governador do Rio é quem está por trás das reportagens feitas pela TV Globo que ligaram seu nome ao assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes.