
"Lamento profundamente a manifestação intempestiva do presidente Jair Bolsonaro. Ressalto que jamais houve qualquer tipo de interferência política nas investigações conduzidas pelo Ministério Público e a cargo da Polícia Civil. Em meu governo, as instituições funcionam plenamente e o respeito à lei rege todas nossas ações", disse o governador em nota publicada no Twitter.
Reportagem da TV Globo relata que o porteiro do condomínio onde o presidente mantém residência no Rio de Janeiro afirmou que o suspeito de matar a vereadora Marielle Franco pediu para ir à casa do presidente no dia do crime. Bolsonaro, no entanto, estava na Câmara dos Deputados neste dia, segundo registro de presença da Casa
O condomínio Vivendas da Barra, onde Bolsonaro tem casa, é o mesmo onde vivia o policial militar reformado Ronnie Lessa, apontado pelo Ministério Público e pela Polícia Civil como o autor dos disparos que mataram Marielle e o motorista Anderson Gomes, em março de 2018.
Witzel diz que não compactua "com vazamentos à imprensa". "Não transitamos no terreno da ilegalidade", comentou. "Não farei como fizeram comigo, prejulgar e condenar sem provas. Hoje, fui atacado injustamente. Ainda assim, defenderei, como fiz durante os anos em que exerci a Magistratura, o equilíbrio e o bom senso nas relações pessoais e institucionais. Fui eleito sob a bandeira da ética, da moralidade e do combate à corrupção. E deste caminho jamais me afastarei", concluiu.
"O governador Witzel que se explique agora como vazou esse processo", disse Bolsonaro. "O senhor só se elegeu governador porque ficou o tempo todo colado com o [senador] Flávio Bolsonaro, meu filho. Ao chegar à presidência (sic), a primeira coisa que o senhor fez foi se tornar inimigo dele, para concorrer à presidência em 2022", disse.
"Estou à disposição para falar nesse processo, conversar com esse delegado sobre esse assunto, para começar a colocar em pratos limpos o que está acontecendo no meu nome. Por que estão querendo me destruir?", questionou Bolsonaro durante a transmissão desta noite.
Bolsonaro disse que não conhecia Marielle e que não tinha nenhum motivo para querer matar alguém. O presidente afirmou ainda que o porteiro pode ter assinado o depoimento sem ler.
"O que cheira isso aqui, o que parece é que ou o porteiro mentiu, ou induziram o porteiro a cometer um falso testemunho, ou escreveram algo no inquérito que o porteiro não leu e assinou embaixo em confiança ao delegado, ou a quem que foi ouvir na portaria. Qual intenção disso tudo? A intenção é sempre a mesma. O tempo todo ficam em cima da minha vida, dos meus filhos.", disse o presidente.
"Patifaria", diz Bolsonaro
Na live de hoje, gravada por volta das 4h da manhã em Riade (Arábia Saudita), onde o presidente está como parte de sua viagem por países do Oriente Médio, Bolsonaro mostrou grande indignação com a reportagem, chegando a gritar e falar palavrões."Qual é a intenção da Globo fazer isso ai? Nós estamos vendo problemas ocorrendo na América do Sul. Argentina, Chile, Venezuela, Bolívia, Peru... Será que a Globo quer criar uma narrativa, ou que o povo deveria ir à rua para pedir meu afastamento? É o tempo todo isso", afirmou Bolsonaro, que aproveitou e criticou a revista Época (do Grupo Globo) por reportagem em setembro sobre a atuação de Heloísa Wolf Bolsonaro, mulher do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), como psicóloga.
"Por que, TV Globo? Por que, revista Época? Essa patifaria por parte de vocês. Deixe eu governar o Brasil. Vocês perderam. Vocês vão renovar a concessão em 2022, e o processo está limpo. Vocês estão apostando em me derrubar no primeiro ano", disse.
"Eu estou fazendo uma viagem de 10 dias (pela Ásia). E vocês, TV Globo, o tempo todo infernizam minha vida. Onde vocês querem chegar, eu sei. Essa patifaria, 24 horas?", acrescentou. Por volta das 22h30 (de Brasília), a conta do presidente no Twitter publicou uma postagem criticando "canalhas" e com uma mensagem que associa a TV Globo a um esgoto.