A forte queda de 1,4% no yuan vem dias depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, surpreender os mercados financeiros ao prometer impor tarifas de 10% sobre US$ 300 bilhões restantes das importações chinesas a partir de 1º de setembro, quebrando abruptamente um breve cessar-fogo na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
Alguns analistas disseram que o movimento do yuan poderia desencadear uma nova frente perigosa nas hostilidades comerciais --uma guerra cambial.
O banco central da China (PBoC, na sigla em inglês) forneceu o ímpeto inicial para os vendedores de yuan ao estabelecer uma taxa diária para a moeda em seu nível mais fraco em oito meses.
O economista sênior para a China da Capital Economics, Julian Evans-Pritchard, disse que o PBoC provavelmente impediu uma desvalorização mais forte do yuan a fim de evitar um colapso total das negociações comerciais com os Estados Unidos.
"(Mas) O fato de que eles pararam de defender o nível de 7 (yuans) por dólar sugere que abandonaram as esperanças de um acordo comercial com os EUA", disse o economista.
O PBoC deu poucas pistas sobre suas intenções.
Em comunicado divulgado na segunda-feira, o banco central vinculou a fraqueza do yuan às consequências da guerra comercial, mas disse que isso não mudaria sua política cambial e que flutuações no valor do yuan são normais.
O banco central definiu o ponto médio diário do yuan em 6,9225 por dólar antes de o mercado abrir, seu nível mais fraco desde 3 de dezembro de 2018.
O yuan "onshore" terminou a sessão doméstica em 7,0352 por dólar, nível mais fraco desde março de 2008. Esta segunda-feira marcou a primeira vez que o yuan rompeu o nível de 7 por dólar desde 9 de maio de 2008.