Facebook e Twitter removem contas ligadas a Irã, Venezuela e Rússia

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Facebook e Twitter anunciaram nesta quinta-feira (31) ter removido milhões de perfis acusados de participar em campanhas promovidas por Irã, Rússia e Venezuela para influenciar opiniões nas redes sociais, incluindo as discussões em torno das eleições dos Estados Unidos do ano passado.

As exclusões foram coordenadas e usaram informações compartilhadas pelas duas empresas. A ação do Facebook se concentrou em conteúdo propagado pelo Irã. Foram deletadas 783 páginas, grupos e contas usadas para enganar usuários -- dentre elas, havia 162 perfis no Instagram.

Algumas delas estavam ativas desde 2010. Elas atuavam em 26 países da Europa, Oriente Médio, Ásia e África. Elas eram bastante populares e atraíam muita gente -- tinha conta com mais de 2 milhões de seguidores no Facebook e outras com mais de 250 mil no Instagram.

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Os administradores dessas páginas se passavam por pessoas da região para ganhar confiança. A partir daí, disseminavam informação produzida pela mídia estatal do Irã, permeada de opiniões enviesadas sobre a relação Israel e Palestina, os conflitos na Síria e no Iêmen e os papéis de Estados Unidos, Arábia Saudita e Rússia nesses eventos.

Segundo o Facebook, essas contas gastaram menos de US$ 30 mil em publicidade em suas plataformas. A rede social informa que as informações levantadas a respeito desses perfis foram reportadas a autoridades policiais e dos EUA e ao Congresso norte-americano.

Essa atividade só foi identificada graças à colaboração de outros órgãos. Um deles é o Laboratório de Pesquisa Digital Forense do Atlantic Council.

A remoção do Facebook incluiu páginas disfarçadas de agências de notícias locais, blogs e páginas de movimentos sociais

Já o Twitter deletou milhares de contas da Rússia, Irã e Venezuela, que tentaram influenciar as eleições dos EUA em dezembro - boa parte delas foi suspensa antes do pleito.

Foram duas as campanhas relacionadas à Venezuela. Na primeira delas, a rede social classificou o conteúdo distribuído por 764 perfis como "spam de temas políticos". Apesar de a empresa não ter conseguido ligar a atividade ao governo de Nicolás Maduro, as contas foram suspensas assim mesmo. A segunda delas envolvia 1.196 perfis, que davam a entender ser uma iniciativa dos EUA contra os venezuelanos.

Algumas das informações levantadas pelo Twitter foram enviadas ao Facebook, informou Nathaniel Gleicher, chefe de política de segurança cibernética do Facebook.