A mineradora Vale, proprietária da barragem de Brumadinho (MG) que se rompeu nesta sexta-feira (25) deixando mortos e desaparecidos é proprietária de outras 142 estruturas semelhantes pelo país. As barragens de contenção de rejeitos de minério de ferro envolvem um processo complexo, de separação dos materiais que serão aproveitados e do que será descartado. Mas como elas funcionam?
As barragens, em tese, são utilizadas para diminuir os impactos ambientais da mineração. Com chuvas e outros eventos climáticos, por exemplo, os rejeitos de minério poderiam seguir diretamente para os rios, afluentes e nascentes. Se não forem devidamente planejadas, estruturadas e fiscalizadas, as barragens podem causar os mesmos danos --fato que ocorreu duas vezes nos últimos três anos.
Em novembro de 2015, uma barragem também se rompeu em Mariana (MG) deixando 19 mortos. A estrutura pertencia à Samarco, operada pela Vale com a anglo-australiana BHP. A barragem de Brumadinho tinha 25% do volume da de Mariana.
Em suma, uma barragem de rejeitos é uma grande montanha formada, normalmente, por sílica, rejeitos de minério de ferro e blocos de rochas. A montanha é responsável por refrear um mar de lama que é composto por água e resíduos de minério. Camadas de cascalho e filtros verticais instalados no meio da barragem impedem que esse líquido se infiltre na montanha.
Por sua característica delicada, a construção de uma barragem exige uma série de burocracias, como autorizações, laudos técnicos, estudos de impacto ambiental, laudos anuais referentes à situação da barragem, monitoramento de áreas que podem sofrer mais impacto ou menos impacto, entre outros documentos e fiscalizações.
As barragens, em tese, são utilizadas para diminuir os impactos ambientais da mineração. Com chuvas e outros eventos climáticos, por exemplo, os rejeitos de minério poderiam seguir diretamente para os rios, afluentes e nascentes. Se não forem devidamente planejadas, estruturadas e fiscalizadas, as barragens podem causar os mesmos danos --fato que ocorreu duas vezes nos últimos três anos.
Em novembro de 2015, uma barragem também se rompeu em Mariana (MG) deixando 19 mortos. A estrutura pertencia à Samarco, operada pela Vale com a anglo-australiana BHP. A barragem de Brumadinho tinha 25% do volume da de Mariana.
Em suma, uma barragem de rejeitos é uma grande montanha formada, normalmente, por sílica, rejeitos de minério de ferro e blocos de rochas. A montanha é responsável por refrear um mar de lama que é composto por água e resíduos de minério. Camadas de cascalho e filtros verticais instalados no meio da barragem impedem que esse líquido se infiltre na montanha.
Por sua característica delicada, a construção de uma barragem exige uma série de burocracias, como autorizações, laudos técnicos, estudos de impacto ambiental, laudos anuais referentes à situação da barragem, monitoramento de áreas que podem sofrer mais impacto ou menos impacto, entre outros documentos e fiscalizações.
Especificamente, a barragem de rejeito de minérios é produto da separação da parte "estéril" do minério do que tem valor de mercado. Segundo a própria Vale, as barragens existem para "para transformar o minério de ferro em um produto rico e que atenda às exigências do mercado internacional." O volume "estéril" é então processado, compactado e aglutinado na barragem, que contém as seguintes estruturas:
Fundação - É a parte de sustentação da barragem. É responsável por aguentar todo o peso proveniente do dos rejeitos da barragem, além de transferir para o solo o material.
Aterro ou maciço - É a própria estrutura da barragem, a montanha de terra que contém todo o rejeito do minério.
Ombreiras - São as partes laterais superiores da barragem e que sofrem a maior pressão por parte do líquido formado por água e resíduos de minério.
Reservatório - É o volume de lama que é contido pela barragem.
Crista - Parte superior da barragem, deve ser plana e horizontal.
A fundação e as ombreiras exigem uma maior atenção e fiscalização. No caso das ombreiras, fissuras, trincas e danos podem ser fios condutores de grandes tragédias, como as de Mariana e Brumadinho. Na região da cidade histórica, uma auditoria contratada pelas mineradoras responsáveis mostrou que o colapso se deu, entre outros motivos, por um problema na ombreira esquerda.
As mineradoras costumam mencionar que a lama do reservatório é "inerte", ou seja, não poderiam conter metais pesados, por exemplo.
Ouvido pelo UOL, o geólogo e professor da Unifesp Fábio Machado, no entanto, contesta essa versão. "Isso é uma meia verdade. Naturalmente existem níveis de metais pesados em rochas e, quando você utiliza esse material em escalas gigantes, como na barragem, existe a possibilidade de contaminação", diz.
A queda da barragem do Fundão, em Mariana, por exemplo, entrou nesse rol da contaminação. Estudos, pesquisas e laudos medicinais comprovaram que há níveis grandes de metais pesados, como arsênio, chumbo e manganês, circulando no sangue de moradores atingidos pela lama.
Fundação - É a parte de sustentação da barragem. É responsável por aguentar todo o peso proveniente do dos rejeitos da barragem, além de transferir para o solo o material.
Aterro ou maciço - É a própria estrutura da barragem, a montanha de terra que contém todo o rejeito do minério.
Ombreiras - São as partes laterais superiores da barragem e que sofrem a maior pressão por parte do líquido formado por água e resíduos de minério.
Reservatório - É o volume de lama que é contido pela barragem.
Crista - Parte superior da barragem, deve ser plana e horizontal.
A fundação e as ombreiras exigem uma maior atenção e fiscalização. No caso das ombreiras, fissuras, trincas e danos podem ser fios condutores de grandes tragédias, como as de Mariana e Brumadinho. Na região da cidade histórica, uma auditoria contratada pelas mineradoras responsáveis mostrou que o colapso se deu, entre outros motivos, por um problema na ombreira esquerda.
As mineradoras costumam mencionar que a lama do reservatório é "inerte", ou seja, não poderiam conter metais pesados, por exemplo.
Ouvido pelo UOL, o geólogo e professor da Unifesp Fábio Machado, no entanto, contesta essa versão. "Isso é uma meia verdade. Naturalmente existem níveis de metais pesados em rochas e, quando você utiliza esse material em escalas gigantes, como na barragem, existe a possibilidade de contaminação", diz.
A queda da barragem do Fundão, em Mariana, por exemplo, entrou nesse rol da contaminação. Estudos, pesquisas e laudos medicinais comprovaram que há níveis grandes de metais pesados, como arsênio, chumbo e manganês, circulando no sangue de moradores atingidos pela lama.