
Mas você já parou para pensar qual a origem da tradição que você faz na noite de Réveillon? Preparamos um guia com explicações para você não fazer feio nas conversas da ceia e impressionar a família com novos conhecimentos.
Pular sete ondas
Os africanos trouxeram ao Brasil o costume de pular as sete ondinhas. Trata-se de uma prática umbandista. Não há consenso sobre qual explicação melhor representa o costume. As duas versões mais populares são que os sete pulos são a repetição, sete vezes, da veneração à Iemanjá; e que cada onda representa um orixá, e pulá-la seria uma saudação pedindo força para o novo ano.
Vestir branco
É mais uma tradição vinda das religiões de origem africana. O costume de usar branco já era comum nas antigas tribos africanas que usavam roupas assim para celebrar Iemanjá na virada do ano. Branco porque alude à paz e à purificação espiritual. No Brasil, a umbanda disseminou o costume, sobretudo em cidades praianas. O hábito foi incorporado pela sociedade graças à mídia, pois o estilo passou a ser incorporado em programas de TV sobretudo a partir dos anos 1980.
Abrir espumante
O espumante é a versão mais festiva do vinho, sem dúvida. E na tradição cristã o vinho sempre esteve ligado à festividade, à sabedoria e à vida. Para os mais supersticiosos, o ingrediente principal, as uvas, também tem seu significado: traz sorte e prosperidade.
Comer lentilha
Uma tradição trazida ao Brasil pelos imigrantes italianos versa que a lentilha tem que ser a primeira coisa consumida no Ano Novo tão logo o relógio vire a meia-noite. Mandinga para que não falte dinheiro - possivelmente devido ao formato arredondado do grão, semelhante a uma moeda.
Presentear Iemanjá
Iemanjá, a Rainha do Mar, é o orixá mais conhecido no Brasil. De acordo com a tradição, de matriz em religiões afros, dar presentes à ela no Réveillon é garantia de boa sorte durante o ano inteiro. Assim, muitos lançam flores, espumantes, sabonetes, perfumes, joias e velas brancas e azuis aos mares.
Evitar aves
Os mais supersticiosos dizem que na noite do Ano Novo não se deve consumir frango e outras aves que ciscam. A explicação é que o ato representa "atraso na vida", por ser um movimento para trás. Daí vem a preferência por assados de porco ou peixes - animais que se movimentam sempre para a frente.
Defumar a casa
O sincretismo religioso está materializado neste hábito ainda preservado por algumas pessoas. Usar fumaça de incenso, de tabaco ou de ervas para purificar a casa é costume que aparece em ritos católicos, do candomblé, da umbanda e na pajelança indígena.
Outros países
Tradições de Ano Novo têm versões diferentes em cada cultura. Em Portugal, por exemplo, sobretudo no sul do país, é comum que as pessoas abram as janelas e batam panelas - acreditam que assim estariam afugentando todo o mau agouro. Também é costume entre os lusitanos comer 12 passas na virada, fazendo um desejo a cada uma. E, claro, ter a certeza de ter dinheiro na carteira - para alguns, na sola do sapato - para que não falte grana no ano vindouro.
Para os antigos povos germânicos, porco era sinal de fartura e riqueza. Assim, carne de porco não pode faltar no cardápio da ceia. Em Roma, na Itália, ainda persiste a tradição - graças a alguns corajosos - de que alguns saltem a ponte de Santo Angelo, mergulhando num gelado e invernal Rio Tibre. Quem o faz acredita que está atraindo boa sorte.
Os dinamarqueses têm o costume de subir em cadeiras para ter sorte no ano seguinte. Também há quem quebre pratos na porta da casa de amigos, em um sinal de amizade e lealdade. Na Espanha, a tradição é comer doze uvas, uma para cada badalada da meia-noite.
Os equatorianos reúnem-se para queimar fotos e recortes de revistas com cenas que representam tudo aquilo que não querem para o ano que vem. Na Holanda também há fogo - mas de árvores de Natal. Algumas cidades organizam fogueiras públicas no Réveillon para dar fim dos pinheirinhos naturais que enfeitaram as casas.