
Relaxante muscular Dorflex, que
rende R$470,7 milhões ao ano às farmácias, é o primeiro da lista
Quatro
dos dez medicamentos mais vendidos do país são usados para reduzir
dores. Segundo levantamento mais recente da Associação da Instúrtria
Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), o remédio mais consumido no
Brasil é o relaxante muscular Dorflex, que rende R$470,7 milhões ao ano
às farmácias. O levantamento também preocupa porque mostra que somos uma
geração de hipertensos e diabéticos. Veja lista abaixo.
O segundo remédio mais vendido no país é o
anticoagulante Xarelto (R$ 286,8 milhões), seguido pelo medicamento de
redução de pressão arterial Selozok (R$ 230,3 milhões). O oitavo
medicamento que mais rende dinheiro para a indústria farmacêutica é a
Addera D3 (suplemento de vitamina D), que vende R$ 195 milhões ao ano.
Isso mostra ainda que somos uma população deficiente da vitamina - um
dos efeitos do mundo contemporâneo.
“Tem muito a ver com a sociedade que a gente vive. Somos forçados a
viver experiências a todo momento e, quando chega o cansaço, o que
propõem é tomar remédios para aguentar e não diminuir o ritmo da vida e
repensar a estrutura”, explica a doutora em psicologia e membro do Fórum
Nacional sobre Medicalização da Educação e da Sociedade, Lygia Viégas.
Segundo ela, aprendemos, desde cedo, a evitar dores e
buscar refúgios - entre eles medicamentos. “Tem o fato de que as
pessoas estão envelhecendo, mas não explica a totalidade. Estamos em
crise e a quantidade de farmácias em Salvador dobrou. Isso só reforça
que, na ditadura da felicidade, os medicamentos são empurrados como
primeira solução”, ressalta. Prova disso é que quatro dos dez
medicamentos mais vendidos do país são usados para reduzir dores.
“Os remédios têm sido tratados como bens de consumo e
seu uso inadequado ou indiscriminado pode causar problemas. Até os
isentos de prescrição podem trazer sérias consequências quando
utilizados de maneira inapropriada, sem o acompanhamento de um
profissional de saúde”, afirma o doutor em toxicologia Leonardo Régis,
que é professor da Universidade de São Paulo (USP), em entrevista à
Agência Estado.
Os dez medicamentos mais vendidos no Brasil
(por faturamento, segundo vendas, no canal varejo)
1) Dorflex (relaxante muscular) - R$ 470,7 milhões
2) Xarelto (anticoagulante) - R$ 286,8 milhões
3) Selozok (redução da pressão arterial) - R$ 230,3 milhões
4) Neosaldina (analgésico) - R$ 222,4 milhões
5) Torsilax (relaxante muscular) - R$ 215,3 milhões
6) Aradois (anti-hipertensivo) - R$ 212,2 milhões
7) Glifage XR (antidiabético) - R$ 201,8 milhões
8) Addera D3 (suplemento de vitamina D) - R$ 195 milhões
9) Anthelios (protetor solar) - R$ 187,7 milhões
10) Buscopan composto (reduz sintomas de cólicas menstruais) - R$ 181,7 milhões
2) Xarelto (anticoagulante) - R$ 286,8 milhões
3) Selozok (redução da pressão arterial) - R$ 230,3 milhões
4) Neosaldina (analgésico) - R$ 222,4 milhões
5) Torsilax (relaxante muscular) - R$ 215,3 milhões
6) Aradois (anti-hipertensivo) - R$ 212,2 milhões
7) Glifage XR (antidiabético) - R$ 201,8 milhões
8) Addera D3 (suplemento de vitamina D) - R$ 195 milhões
9) Anthelios (protetor solar) - R$ 187,7 milhões
10) Buscopan composto (reduz sintomas de cólicas menstruais) - R$ 181,7 milhões