O estudo, na verdade, quer comparar os efeitos fisiológicos dos "ratos astronautas" com seus gêmeos que continuam no planeta, descobrindo como seus organismos respondem ao estresse de estarem no espaço. A pesquisa, liderada pelos neurobiólogos Fred Turek e Martha Vitaterna, da Northwestern University, exige que dez ratos permaneçam no espaço por três meses, sendo, portanto, o tempo recordista em que ratos passarão no espaço, enquanto os outros dez ficarão no interior da estação por 30 dias.
Aqui na Terra, os 20 ratos viverão na NASA em um simulador que imita as condições da ISS (com a exceção da presença da gravidade). A cada duas semanas, astronautas da ISS e os cientistas da Terra recolherão amostras de fezes de todos os ratinhos para comparar seus excrementos (sendo que todos serão alimentados exatamente da mesma forma).
A equipe também usará um dispositivo de medição de massa que não depende da gravidade para observar como os corpos dos ratos no espaço estão mudando, em comparação com seus pares terrestres, também monitorando seus ciclos de sono e densidade óssea.
Vale lembrar que a NASA já comparou as mudanças no organismo de um astronauta humano com seu gêmeo que ficou na Terra. Scott Kelly, que passou um ano vivendo na ISS, deixou seu irmão, Mark Kelly, aqui na Terra, e a NASA acompanhou de perto tudo o que estava acontecendo no corpo de Scott, comparando os dados com os resultados de Mark.
Mas, de acordo com Vitaterna, "o estudo sobre gêmeos humanos foi com um par de gêmeos, então o estudo com camundongos é estatisticamente melhor", lembrando que os resultados dos irmãos Kelly deixaram algumas perguntas sem respostas — e se espera que os estudos com ratos possam resolvê-las.