Não é possível saber ainda o que aconteceu com os outros migrantes que
provavelmente estavam a bordo da jangada. Na hora do socorro, a
embarcação estava completamente vazia e apenas algumas tábuas ainda
flutuavam a cerca de 80 milhas náuticas, a nordeste de Trípoli, capital
líbia, segundo a ONG Proactive Open Arms.
A guarda costeira do país disse que resgatou 158 pessoas em um barco na
segunda-feira (16), a 16 milhas náuticas de distância de Khoms,
relativamente distante da área onde o barco foi encontrado.
A mulher que sobreviveu é uma camaronesa de 40 anos chamada Josepha.
Segundo a equipe médica a bordo, sua condição era estável, mas ela
estava extremamente traumatizada e precisava de atendimento médico e
psicológico "urgente". A equipe médica também recomendou uma
transferência rápida dos dois cadáveres, já que os Open Arms não possuem
material a bordo de refrigeração, especialmente para o corpo da outra
mulher, aparentemente morto há várias horas antes, além do cadáver da
criança.
O Open Arms e o Astral, os dois navios da ONG espanhola, retornaram
nesta terça-feira da Líbia, após várias semanas de ausência. A Itália,
que se recusa a sediar migrantes resgatados, e Malta, que proíbe que os
navios humanitários atraquem, limitaram severamente a possibilidade de
intervenção de ONGs na área.
O ministro italiano do Interior, Matteo Salvini, líder de
extrema-direita da Itália, criticou o retorno dos navios humanitários
com um tuíte: "Dois navios de ONGs espanholas retornaram ao Mediterrâneo
esperando pelo envio de seres humanos. Que eles poupem tempo e
dinheiro, porque verão os portos italianos apenas em cartão postal".